A promoção da saúde mental e coletiva na Região Metropolitana de Belém fez parte dos debates do segundo dia de eventos do III Colóquio Mesorregional de Governança da Região Metropolitana de Belém, realizado pela Universidade Federal do Pará. O Sindmepa participou do evento representado pela médica psiquiatra Valdillene Magno Pinto de Souza, que destacou formas de melhorar o atendimento prestado à população e, consequentemente, aos profissionais de saúde.
Melhorar as estruturas de serviços, qualificar os profissionais, garantir remuneração adequada e ampliar diálogos que resultem em soluções urgentes foram alguns dos pontos destacados por Valdilene Magno para se promover a saúde mental. A médica ainda ressaltou artigos importantes da Constituição que garantem o acesso aos serviços de saúde como espaços aprimorados, garantia de medicamentos e tratamento adequado.
“Estou muito honrada com o convite para participar desse evento tão importante para a nossa região metropolitana, diante do cenário tão caótico que nós estamos vivendo na saúde mental. Importante, principalmente, após a pandemia onde perdemos tantas pessoas. Foram colegas médicos que trabalharam na linha de frente, familiares. E como não adoecer depois de tudo o que nós passamos? ”, indagou a médica.
A psiquiatra e docente da UEPA também destacou os serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde à população. São três níveis de Centro de Atenção Psicossocial – CAPS; Estratégia de Saúde da Família; Unidade de Pronto Atendimento – UPA; Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU e a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna. Contudo, a médica frisou que os espaços são insuficientes e a falta de diálogo entre as equipes, devido à grande demanda, pode prejudicar o atendimento humanizado aos pacientes.
Participaram da mesa também Károl Veiga Cabral, Professora e pesquisadora em saúde mental e saúde coletiva; e Laena Costa dos Reis, Diretora de Atenção Primária à Saúde da Sespa. De acordo com Laena Costa, o maior desafio na promoção da saúde mental é a falta de leitos psiquiátricos. O Hospital de Clínicas, referência em atendimento de urgência e emergência, conta com 60 leitos e pode chegar até 30 pacientes excedentes. Segundo a diretora, o Novo Pronto Socorro da Augusto Montenegro contará com 40 leitos psiquiátricos. Ainda assim, o ideal seria a ampliação de leitos no estado.
“Esse colóquio nos faz refletir, todos nós profissionais que atuamos dentro da saúde, não só da saúde mental, mas todas as outras especialidades que abrangem o serviço público. O Sindicato tem um papel importante na defesa dos médicos, como um todo, tanto na questão de estrutura de atendimento, melhores salários, e para que a gente adoeça menos. Isso é muito importante”, resumiu Valdillene Magno.
Fonte: Sindmepa