Em uma série de visitas da Diretoria do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) à unidades de saúde em Rio Branco durante o final de semana, foi detectada uma série de problemas que resultam em péssimas condições de trabalho, e, consequentemente, prejuízos para o público que busca ajuda.
Dentre as irregularidades está a falta de profissionais suficientes, incluindo especialistas, alto afluxo indevido de pacientes às unidades, cujas atribuições não seriam compatíveis com o quadro clínico dos pacientes, estrutura física inadequada para o tamanho da demanda, falta de capacitação continuada aos profissionais em geral, falta de medicamentos e de insumos, além de diversas reclamações sobre o serviço de regulação de pacientes.
Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Sobral, os profissionais relataram ameaças, falta de seguranças suficientes para a proteção dos servidores, falta de especialistas como pediatras, estrutura física subdimensionada relativamente à demanda, além de inúmeras reclamações da falta de apoio da administração para a resolução dos prblemas.Os trabalhadores ainda denunciaram o assédio e a ameaça como situações comuns no local.
Já na UPA da Via Verde (Segundo Distrito) houve o flagrante de médicos atendendo uma quantidade superior de leitos ao previsto em resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM). No estabelecimento também não existe pediatra de plantão e carência crônica de fisioterapeutas para o manejo respiratório de pacientes graves.
Em ambas as unidades outra irregularidade é a prevalência comum de pacientes sob atendimento ou em observação por mais de 24 horas seguidas ou por mais de 4 horas seguidos na sala de estabilização, incluindo pacientes intubados sob ventilação mecânica, situações essas que não deveriam ocorrer, de acordo com as normas ético-profissionais emanadas pelo CFM.
No Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) os problemas começaram na porta do setor de emergência, com o flagrante de goteiras e buracos no forro, situação que potencializa a contaminação. Os setores de observação e a Sala de Emergência Clínica (SEC) apresentam uma quantidade de pacientes internados ou sob atendimento que chegam a ultrapassar o dobro do total de leitos fixos disponíveis, além de existirem pessoas acumuladas em macas pelo corredor.
“Vamos transformar todos os flagrantes em um relatório que será apresentado ao secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, e, caso não haja melhorias, deveremos encaminhar para o Ministério Público e para o Conselho Regional de Medicina. Sabemos que ele está há pouco tempo na gestão, por isso iremos formalizar e cobrar providências, mas o médico não pode ficar sofrendo”, detalhou o vice-presidente do Sindmed-AC, Rodrigo Prado.
Os profissionais ainda se queixaram da falta do serviço de atenção básica da prefeitura que poderia fazer a absorção de quase 80% das demandas, reduzindo o tempo de espera para o atendimento médico.
Fonte: Sindmed-AC