Nas próximas semanas, ainda no mês de março, devem ser iniciadas as obras para instalação de equipamentos radioterápicos no Hospital Ophir Loyola, com prazo de nove meses para conclusão dos trabalhos. Este foi o anúncio feito pela diretoria da unidade, durante audiência com a Direção do Sindicato dos Médicos do Pará, nesta segunda-feira (27), na sede do Hospital.
A pauta principal do encontro foi o prazo de instalação do aparelho Pet-Scan, para exames de precisão em casos de câncer. Comprado há sete anos, o equipamento está encaixotado enquanto pacientes têm que ser encaminhados a outras unidades para o exame. As informações oficiais são de que o Pet-Scan foi adquirido sem que houvesse a infraestrutura adequada para seu funcionamento.
“Nada justifica um aparelho desse ficar encaixotado por tanto tempo. A nossa crítica não é a este ou aquele governo, mas à gestão como um todo. Mesmo que não tenha havido prejuízo aos pacientes, houve perdas ao Estado que precisou pagar pelo exame na rede privada”, afirma o diretor do Sindmepa, Wilson Machado que, no início deste mês esteve reunido com o secretário adjunto da Sespa, Ariel Dourado para tratar do assunto.
De acordo com a diretora geral do Hospital Ophir Loyola, Ivete Vaz, até o dia 5 de março será concluída a fase de seleção de empresas habilitadas para realização da obra. Ela frisou que não houve fila de espera de pacientes para exames que dependiam do aparelho porque todos são encaminhados para Clínica Som Diagnóstico.
A diretora disse ainda que o aparelho está sem uso desde que chegou, há 7 anos, mas que o Hospital vai receber cerca de 18 milhões de reais para readequação da unidade de exames radioterápicos, inclusive com aquisição de novos aparelhos, com a conclusão das obras prevista para dezembro deste ano.
“Se o aparelho encaixotado esse tempo todo em Belém não fez falta, poderia então ter sido levado para outra cidade, como Santarém, por exemplo, onde certamente seria útil”, questiona Machado.
A diretoria do Hospital garantiu também que não há demanda reprimida no atendimento quimioterápico e nem falta de medicações. “O atendimento radioterápico está sendo encaminhado para os hospitais Porto Dias e Saúde da Mulher”, complementou.
CENTRO CIRÚRGICO
O Sindmepa aproveitou a audiência para questionar a situação do Centro Cirúrgico e foi conduzido em uma visita pelas obras da reforma da Unidade, que de acordo com a direção do Ophir Loyola, devem ser concluídas até maio deste ano.
De acordo com a diretora Ivete Vaz, até lá as cirurgias do Hospital estão sendo encaminhadas para o Hospital Oncológico Infantil, onde são realizadas nos turnos da tarde e noite, sem conflitar com as cirurgias do Oncológico Infantil, que são realizadas pela manhã. O problema, segundo os médicos que atendem no Oncológico é que com a transferência das cirurgias, há sobrecarga da unidade, o que dificulta o atendimento pediátrico, razão de ser do hospital.
“A equipe do Hospital Ophir Loyola se sentiu honrada com a visita do Sindicato dos Médicos do Pará, pois foi uma oportunidade de mostrar tantas conquistas vivenciadas por essa instituição centenária. Nos colocamos à disposição para que, sempre que for oportuno, possamos recebê-los novamente”, afirmou a diretora-geral Ivete Vaz.
Pelo Sindmepa, participaram da reunião o Diretor Jurídico, Emanuel Resque; e o Assessor Jurídico, Leonardo Watanabe. Pelo Hospital Ophir Loyola, além da diretora geral, Ivete Vaz, participaram o diretor clínico, João de Deus; a superintendente do Instituto de Oncologia do HOL, Ana Paula Borges e a pregoeira do hospital, Socorro Siqueira.
“Foi uma reunião esclarecedora e transparente, o que renova nossas expectativas em soluções para a melhoria da saúde pública do Estado”, avaliou o diretor do Sindmepa, Emanuel Resque.