As dificuldades enfrentadas pelo setor da saúde privada no Brasil nos últimos dez anos, bem como os riscos que o setor corre com uma possível reforma tributária, foram tema da palestra ministrada na noite desta quinta-feira, 20, pelo médico Breno Figueiredo Monteiro. A palestra “Os desafios do mercado de trabalho no pós-pandemia” encerrou a programação da Semana do Médico 2022, no auditório do Sindmepa. Assista a palestra do Dr Breno Monteiro, na íntegra, pelo link: https://bit.ly/3TE6K5W
Com uma dívida de R$ 56,4 bilhões em tributos, de 2010 a 2022 361 hospitais foram fechados no Brasil, o que fez o País perder dezenas de leitos. Só em 2014, ano de maior crise para o setor, foram fechados 21.087 leitos no País. Entre 2010 e 2021, 707 operadoras de planos de saúde fecharam as portas no Brasil. Das 1.045 32% das operadoras fecharam suas portas.
Mas, a despeito das dificuldades, o setor saúde é um dos que mais movimentam a economia brasileira. Em 2021 foram movimentados R$ 1,5 bilhão em procedimentos feitos por meio dos planos, A maior parte em exames laboratoriais. Dados de 2017 apontavam o setor como o segundo maior gerador de empregos do país, um total de 7,3 milhões de empregos.
Segundo Breno Monteiro, que é presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNS), da Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess) e do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Pará, calcula-se que no primeiro trimestre de 2023, o setor recupere as vidas que saíram dos planos.
Mas uma possível reforma tributária poderá mergulhar o setor em uma nova crise. “A CNS é a favor da reforma tributária, porque é fundamental que o Brasil traga competitividade internacional às suas empresas, mas um imposto único geraria um aumento de 171 por cento na carga tributária do setor.
A luta é para que o setor saúde seja tratado de forma diferente, seja qual for o governo eleito para os próximos quatro anos no Brasil. No mundo inteiro, o setor saúde tem tratamento diferenciado na aplicação das alíquotas tributárias. Em muitos países, o setor saúde não é tributado e em outros, a alíquota é diferenciada para a saúde, disse Breno.
“A saúde não pode pagar essa conta sozinha. Tentamos levar esse alerta ao congresso e aos nossos colegas médicos, de que existem setores essenciais à população. E o setor saúde é fundamental”, resumiu o médico.
Fonte: Sindmepa