O estudante de medicina pode receber alguma remuneração por serviços prestados em atendimento de saúde? Ele pode atender sem supervisão médica? Pode usar aparelhos eletrônicos durante os atendimentos? Estudantes podem gravar aulas?
Esses e outros questionamentos incluídos no Código de Ética do Estudante de Medicina foram temas de uma palestra proferida pelo estudante Gabriel Martins, durante o II Simpósio Acadêmico Aspirante, realizado no auditório do cineteatro do Sindmepa, na noite desta quinta-feira, 31.03. Acadêmicos de várias faculdades de medicina do Pará, a maioria calouros do curso, compareceram ao evento organizado pelo Núcleo Acadêmico do Sindmepa.
O Simpósio incluiu a discutiu sobre o Código de Ética Médica, Código de Ética do Estudante, graduação e um workshop sobre “Suporte básico de vida e atendimento ao politraumatizado”, além de uma roda de conversa com troca de experiências entre estudantes de várias faculdades e dos diferentes ciclos do curso de medicina: básico, clínica médica e internato.
Em resposta aos questionamentos sobre código de ética médica, Gabriel explicou que acadêmicos não podem ser remunerados em caso de atendimentos de pacientes, salvo na condição de bolsistas de alguma instituição. Não podem atender sem supervisão de um preceptor e também não devem usar aparelhos eletrônicos durante as aulas práticas, ainda que o supervisor esteja orientando outro aluno no atendimento. “Deve ser evitado distrações com aparelhos eletrônicos e conversas alheias à atividade”, disse o palestrante. Sobre se as aulas podem ser gravadas, respondeu que sim, desde que o professor seja avisado com antecedência e concorde com a gravação.
Victor Leno, de 18 anos, estudante da Universidade do Estado do Pará (Uepa), foi um dos participantes. Ele disse que não conhecia o espaço nem o projeto Acadêmico Aspirante (que permite a associação de estudantes ao Sindicato dos Médicos) e que ficou positivamente impactado com a organização. “Achei muito interessante essa experiência de troca de informações entre os estudantes que já são veteranos e os calouros. Foi muito proveitosa toda a programação”, disse.
Eunice Oliveira Costa, estudante da Ufpa que integra a coordenação do Núcleo Acadêmico, destacou a importância do evento: “É um momento importante de recepção aos estudantes que estão entrando na faculdade agora. Tivemos roda de conversa entre estudantes dos três ciclos, dicas sobre métodos de estudos e o workshop. Achamos que foi bem produtivo”.
Brenda Melo, estudante do 8° semestre da Uepa, também membro da coordenação do Núcleo Acadêmico, abriu a noite explicando a ideia do projeto Acadêmico Aspirante e as vantagens de se associar. “Quem se associa já pode obter as vantagens dos médicos já formados, inclusive entrar no plano de Saúde com desconto, ou fazer a portabilidade, como eu fiz”, disse. Além de Brenda, a estudante Ana Paula Xerfan, que também integra a coordenação do Núcleo, esteve na organização do evento: “Os temas foram pensados para auxiliar o estudante na sua trajetória e ajudá-lo na prática correta da profissão”, disse.
RODA DE CONVERSA
Mediada pelo estudante Davi Barbosa, do 8º semestre da Uepa, A Roda de Conversa foi um dos pontos altos do Simpósio. Estudantes falaram de suas inseguranças no primeiro semestre da faculdade, a ânsia por fazer vários cursos para obter um bom curriculum lates e a estafa física e mental que se abate nos primeiros anos. Não descuidar da saúde, reservando tempo para atividade física, vida social com amigos e família e umas boas horas de sono, foram as recomendações mais comuns. “Manter a saúde mental é fundamental”, disse Mainã Santos, estudante do internato da Uepa.
“Acho que foi uma excelente ideia essa de aproximar os alunos do sindicato e, agora, essa troca de experiências entre os diferentes ciclos. Eu não conhecia o projeto (Acadêmico Aspirante) e hoje tive a oportunidade de participar e conhecer o local também. Achei muito interessante e que garante maior visibilidade à vida acadêmica. É Muito importante”, ressaltou.
Fonte: Sindmepa