Em ritmo de campanha, o Governador do Amazonas, Wilson Lima segue usando toda a estrutura da máquina pública para distribuir de forma assistencialista, benefícios a várias categorias do serviço público, mas ignora direitos dos trabalhadores da saúde e o princípio da igualdade adotado pela Constituição Federal de 1988, artigo 5º “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
O tratamento desigual é visível e notório, expondo a sede de Wilson Lima para se manter no poder, com a injeção desenfreada de recursos na capital e no interior do estado, com destaque para a pasta da Segurança e Educação, que concentram grande parte dos servidores estatutários e ocupantes de cargos comissionados. Entre as benesses para os dois setores estão a recomposição salarial, reajuste salarial e do vale-alimentação, o pagamento de progressões, promoções, bolsas de pós-graduação, chips 4G com internet, coletes, capacetes, CNH Social, passe livre no transporte coletivo para estudantes, entre outros.
Excluídos desse “pacote de bondade”, os servidores da área da saúde ainda lutam contra os efeitos da pandemia de covid-19 que revelou a precariedade o sistema público do Amazonas, entrando em colapso com a falta de leitos clínicos e de UTI, falta de remédios, insumos, EPIs, além de recursos humanos e até oxigênio. Durante os momentos mais críticos da pandemia, o estado liderou o ranking de profissionais afastados após testarem positivo para a covid-19, registrando alto índice de mortes no setor.
O Sindicato dos Médicos do Amazonas (SIMEAM) estima que mais de 100 médicos morreram em decorrência da doença. “Foram momentos sombrios, todo dia tínhamos que divulgar nota de pesar. Além de médicos, perdemos muitos enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, maqueiros, agentes de endemias, assistentes administrativos e muitos outros. É lamentável que mesmo após tanta dedicação, os sobreviventes ainda tenham que lutar contra algo tão letal, a falta de valorização por parte do estado que se nega a pagar aos trabalhadores o que é de direito”, afirma Mario Vianna, presidente do SIMEAM.
O governo Wilson Lima deve aos trabalhadores da saúde 10.34% de recomposição de perdas salariais, que são partes de um montante que chega a 25% de débito juntando os anos de 2019, 2020 e 2021, que não foram pagos após lei que congelou que os direitos dos tralhadores. Em janeiro de 2022, Lima pagou 11% desse débito e 3% em maio, e se comprometeu de acrescentar R$100 no auxílio-alimentação dos profissionais.
Atualmente a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) diz que desconhece o pagamento dos R$100, informa que não é certeza pagar os 3% em maio. Nessa lista entra ainda a falta de pagamento da data-base e pagamento de promoção por progressão desde 2012, o que chega em torno de R$75 milhões, com impacto de 2,5 milhões para quitar a dívida, beneficiando mais de 26 mil servidores da saúde.
“O estado alega que não dá pra fazer essas promoções, mas tem para a edução promoções e progressões, bolsa de especializações, chip com internet 4G, além de distribuir capacetes, coletes, CNH Social, etc”, lista Mario Vianna, destacando que os representantes das entidades de classe dos trabalhadores da saúde solicitam o pagamento atual de R$2,5 milhões, deixando o retroativo para depois.
No entanto, o governo não sinaliza nenhuma previsão para realizar os pagamentos, deixando os trabalhadores da saúde revoltados e insatisfeitos com o tratamento desigual e já discutem a possibilidade de uma grande mobilização para deflagrar greve a partir de 1º de maio, Dia do Trabalhador.
Fonte: Simeam