A falta de médicos na Maternidade Ethel Muriel Guedes, de Tarauacá, e no Hospital Geral de Feijó pode colocar em risco a vida de pacientes em casos de eventuais ocorrências de mais de uma urgência ou emergência para atender ao mesmo tempo. O motivo é a existência de apenas um plantonista à disposição para atender às demandas em cada uma destas unidades.
Para o vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), Rodrigo Prado, a equipe da maternidade deveria ser composta de, no mínimo, cinco profissionais, incluindo anestesistas, obstetras, médicos auxiliares de cirurgia e neonatologistas. Em Feijó, seria importante existirem ao menos dois profissionais para atenderem no pronto socorro, o que garantiria a manutenção de um serviço com melhor qualidade e com um tempo de espera menor à população.
“A falta de médicos nas duas unidades é um risco para o paciente e para os médicos, situação que sempre acaba recaindo no plantonista que acaba sobrecarregado, forçado a atuar sem condições de trabalho, pressionado pelas necessidades da população e assediado. Esse problema deveria gerar a responsabilização dos gestores da saúde que prejudicam servidores e as pessoas que necessitam de atendimento”, protestou o representante do Sindmed-AC.
Na maternidade de Tarauacá, a Diretoria do Sindicato ainda verificou a existência de uma autoclave e de um carrinho de anestesia novo, que não são utilizados, respectivamente, pela inexistência de uma escala de plantões para o seu setor de esterilização e pela falta de uma escala de anestesiologistas.
Além do mais, o cardiotocógrafo não está funcionando por falta de papel, não há gerador de energia que garanta a realização de uma cesariana em um eventual apagão. Ademais, foi verificada a inexistência do aparelho de ultrassonografia na maternidade de Tarauacá.Só existe um único aparelho de ultrassom obsoleto, que fica no hospital geral do município, mas que também fica ocioso por falta de médicos necessários para a sua operação.
Segundo trabalhadores do local, existem emendas parlamentares destinadas para a construção de uma nova maternidade, mas ainda não há sinais da possibilidade de efetivação de uma nova estrutura.
No Hospital Geral de Feijó, as dificuldades também são sanitárias como a presença de mofo nas paredes, estrutura deteriorada pela falta de manutenção adequada como a presença de paredes sem reboco, portas e janelas rachadas, fiação exposta irregularmente, prejudicando a população que corre um maior risco de contaminação.
Fonte: Sinmed-AC