Conduzido pelo Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), uma enquete realizada com 340 profissionais em todo estado revela uma realidade grave: 63% deles sofreram ameaças durante o exercício da profissão em plantões nas unidades públicas. O objetivo do levantamento é apresentar dados à Secretaria de Saúde (Sesacre) para cobrar com mais intensidade medidas que resguardem a classe e auxiliem a construir alternativas eficientes que sejam aplicadas nos locais de trabalho.
O estudo foi realizado nos últimos meses de 2021 em todas as cidades acreanas. Além das ameaças, 94,7% dos médicos já foram ofendidos com palavras de baixo calão no local de trabalho e 89,5% conhece um colega que sofreu algum tipo de agressão. Outro dado preocupante se refere ao tratamento por parte dos superiores. Na pesquisa, 36,8% dos profissionais afirmaram sofrer assédio moral por parte dos gestores da unidade. Nesse contexto, 15,8% garantiram que a frequência é diária.
O presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pulici, cita a união da entidade com o Conselho Regional de Medicina (CRM) para combater situações como a ocorrida no Hospital Dr. Ary Rodrigues, em Senador Guiomard, em que os servidores do local relataram situações classificadas como chocantes. “Os números demonstram que o governo precisa atuar com urgência na implantação de melhorias da segurança dos hospitais e no combate ao assédio moral. Essa realidade também afeta a população”, diz.
Ele afirma que uma ação civil impetrada pelo sindicato cobra do estado ações de segurança para proteger médicos, demais funcionários das unidades e pacientes. “Os números demonstram que o governo precisa atuar com urgência na implementação de melhorias da segurança dos hospitais e no combate ao assédio moral. A interferência no ato médico pode resultar em mortes”, encerra Pulici.
Fonte: Sinmed-AC