O Sindicato dos Médicos da Paraíba (SIMED-PB) realizou na última sexta-feira (07/01) uma visita à Unidade de Pronto Atendimento Augusto Almeida Filho, conhecida como UPA Cruz das Armas. A visita, que aconteceu após denúncias de superlotação, agressão, problemas de saúde mental nos profissionais e más condições de trabalho, encontrou problemas dentro da unidade.
Em relação à superlotação na UPA, o sindicato percebeu que o tempo de espera por atendimento médico na unidade é superior ao recomendado de acordo com a classificação de risco dos pacientes. De acordo com o presidente do sindicato, Dr. Márnio Costa, que esteve à frente da visita, há uma demanda muito grande de pacientes que são classificados na cor azul, que representa casos não urgentes, que deveriam estar sendo atendidos na rede básica e que cresceram 175% em dezembro em comparação aos três meses anteriores. “Outro ponto que contribui para a superlotação da unidade é o dimensionamento insuficiente da equipe médica. As equipes dos plantões são compostas por quatro médicos clínicos gerais e dois pediatras. No nosso entendimento, há a necessidade de contratação de mais profissionais para os plantões, quando o fluxo de pacientes é maior, como agora acontece”, reforçou Dr. Márnio.
A SMS-JP já ampliou a equipe com mais um médico nos plantões diurnos, mas ainda há relatos de alta demanda no início da noite, que continua contando com menos profissionais em suas escalas.
De acordo com o SIMED-PB, médicos enfrentam dificuldades na hora da transferência de pacientes com maior gravidade. Há problemas na regulação dos pacientes, com a negativa de vagas e inexistência de garantias da continuidade dos cuidados para internação em serviços hospitalares. Outro problema no momento da transferência, é a falta, na maior parte do tempo, de ambulâncias de suporte avançado para o transporte dos pacientes com todos os equipamentos necessários.
Os médicos da UPA relataram, ainda, que há falta de medicamentos, como omeprazol, e de materiais, como cateter para acesso venoso central duplo lúmen, na unidade. A falta de segurança na UPA, pelo baixo efetivo de guardas municipais e seguranças, também afetam negativamente o trabalho da equipe médica. Médicos se queixaram, ainda, de problemas de saúde mental em decorrência do desgaste no exercício da profissional dentro da unidade.
Fluxo de atendimento
De acordo com dados da Prefeitura de João Pessoa, em 2021, a UPA Cruz das Armas realizou 55.067 atendimentos. O mês de dezembro, que registrou um aumento considerável de pessoas com sintomas de gripe, foi o que mais teve atendimentos realizados na unidade: 8.686. Houve aumento de 55% no número total de atendimentos no mês de dezembro quando comparado com a média dos três meses anteriores.
Fonte: Simed-PB