O Sindicato dos Médicos do Pará enviou ofício, na manhã desta quinta-feira, 11, ao Ministério Público do Estado do Pará e ao Ministério Público do Trabalho do Pará e Amapá, informando sobre denúncias de médicos da Upa da Sacramente que relataram além de sobrecarga de trabalho, condições precárias de atendimento. Os médicos expressam ainda preocupação com a superlotação e a falta de estrutura da Upa para atender a demanda de pacientes com covid-19 que procuram a unidade.
Em ofício, o Sindmepa ressalta que a proximidade da Upa ao Hangar, que abriga o Hospital de Campanha da capital, contribui com a alta demanda de pacientes que a unidade vem recebendo. Segundo os médicos, além da falta de estrutura e material adequado para prestar o atendimento necessário à população, quem procura a unidade também enfrenta a falta de leitos para internação.
Outra denúncia feita pelos médicos é a disponibilidade de apenas um ventilador em condições de uso, porque outros três estão em manutenção, além do risco iminente de esgotamento do oxigênio. A consequência é o aumento dos casos de óbito por insuficiência respiratória aguda, devido à impossibilidade de realizar intubação orotraqueal por falta de ventilador. “Efeito disso foi a morte de uma mulher nesta terça-feira, 09, enquanto aguardava transferência para leito de UTI”, referem os médicos na denúncia enviada ao Sindmepa.
O documento enviado ao Ministério Público expressa toda a preocupação por parte do Sindmepa com a situação que tanto a população quanto os médicos da Upa da Sacramenta enfrentam “Os fatos narrados são de extrema gravidade, seja porque os médicos estão trabalhando sem condições adequadas, expondo a si mesmos e aos usuários do serviço a riscos diversos, seja por comprometer a própria qualidade do serviço, em momento de necessidade superlativa, o que pode conduzir ao desperdício de vidas humanas”, frisa o documento. A Diretoria Colegiada aguarda que as referidas instituições tomem as providências cabíveis para sanar os problemas relatados.
O Sindmepa também enviou ofício com pedido de providências ao gabinete do governador do Estado, prefeito de Belém e Secretário Municipal de Saúde.
Fonte: Simed PB