O Hospital Agamenon Magalhães é um dos mais importantes e antigos da rede de saúde de Pernambuco, com mais de 60 anos de atividade. Por ser uma unidade terciária, já abarca um volumoso número de pacientes com perfil de maior complexidade, oriundos de todo o Estado, o que faz com que haja uma superlotação recorrente. Além disso, o complexo ainda foi escolhido para ser um dos locais de atendimento da pandemia do novo coronavírus, adequando as estruturas já precárias e sobrecarregada para receber mais equipamentos e pessoas.
No entanto, dois graves incidentes ocorreram nesta semana, em um curto espaço de tempo, e causaram grande preocupação no Sindicato dos Médicos de Pernambuco: um incêndio na UTI Covid-19, ocorrido na última terça-feira (30/06); e, na quinta-feira (02/07), uma enorme chama no gerador de outra ala do complexo de saúde – situações essas que põem em risco iminente pacientes e profissionais de saúde.
Com isso, a presidente do Simepe, Claudia Beatriz, e o vice, Walber Steffano, realizaram fiscalização no complexo, nesta sexta-feira (03/07), e se reuniram com a direção da unidade e equipe técnica que cuidou das ações de combate. Na oportunidade, foram apresentados os problemas e ações voltadas para o ocorrido. O primeiro incêndio, na terça-feira, foi ocasionado por um problema de aquecimento nos terminais elétricos; justamente no andar da UTI de covid-19. Já o segundo incidente, o desta quinta-feira, foi uma grande centelha (labareda) ocasionada em decorrência de um conserto na caixa de energia, que é muito antiga e que precisava de uma intervenção emergencial urgente – o que acabou gerando o fogo.
Diante dos fatos, fica evidente a precariedade e o sucateamento da estrutura antiga do Agamenon Magalhães, que se aliam negativamente a outros problemas graves: a falta de fluxo de esvaziamento do prédio e de treinamento para a equipe pela brigada de incêndio; além de um plano de manutenção e qualificação do prédio antigo, caso acidentes como esse ocorram. “É importante destacar nossa preocupação com a segurança dos profissionais de plantão e com os pacientes que estão no serviço. Não podemos aceitar essa situação. Na ocasião do último evento, profissionais estavam em procedimentos importantes, invasivos, em pacientes graves, outros em cirurgia, e ficaram 20 minutos sem gerador, na escuridão. Mesmo assim, não abandonaram quem estavam aos seus cuidados e se expuseram – ventilando paciente manualmente, já que os respiradores não funcionavam. É necessário investimento nesse hospital e manutenção permanente para que fatos como esse não ocorram”, ressalta Claudia Beatriz.
Na reunião de hoje, a gestão do HAM ainda informou que a unidade está sem admitir novos pacientes desde a quinta-feira e reforça que isso vai permanecer, uma vez que outras intervenções precisarão ser feitas nesse local. O Simepe protocolou ofício no Ministério Público de Pernambuco, dando ciência dos fatos verificados e pedindo providências, e no Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), para fiscalização emergencial e interdição até que se garanta a segurança de todos.
Fonte: Simepe