O SIMESC consultou os médicos de Santa Catarina, por meio de uma pesquisa inédita, para saber sobre a atuação dos profissionais durante a pandemia do Coronovarírus no Estado. O questionário, aplicado em maio, teve a participação de aproximadamente 350 médicos de todas as regiões de Santa Catarina.
Para o presidente do SIMESC, Cyro Soncini, o resultado foi positivo, pois validou ações importantes tomadas pelo Sindicato desde o início da pandemia como a busca por EPIs e a garantia de seguro de vida aos filiados, e também trouxe dados para serem desdobrados em ações futuras.
“Agradecemos aos médicos que se dispuseram a colaborar com as atividades do SIMESC. Cada resposta certamente contribuirá para nossas estratégias de atuação”, comenta Cyro.
Internações com Covid-19
Grande parte dos médicos (71,7%) afirmou ter tido pacientes internados com suspeita ou confirmação de Covid-19 nas unidades de saúde que atuam. Para 22% não houve a demanda e 6,4% não souberam responder.
Quanto à internação de médicos com suspeita ou confirmados com Covid-19 na unidade de saúde em que atua, metade dos participantes (50,3%) respondeu não ter verificado casos, 42,2% confirmaram internações de médicos e 7,5% não souberam responder.
Questionados se o serviço de saúde em que trabalha tem ou teve outros profissionais de saúde com suspeita ou confirmados com Covid-19, 63,9% responderam sim, 27,2% responderam não e 9% não souberam responder.
Seguro de vida
Mais da metade dos participantes da pesquisa (52,6%) não tem acesso ao seguro de vida com cobertura para Covid-19 e quase 32% são beneficiados com o disponibilizado gratuitamente pelo SIMESC aos médicos filiados e que ainda não completaram 72 anos. Os demais tem outros tipos de seguros ou não sabiam responder.
“O seguro contratado pelo Sindicato garante benefícios aos profissionais neste momento de fragilidade. É mais um reforço de como a Entidade é aliada do associado. Nosso único desejo é que ninguém precise utilizar esse serviço”, comenta o diretor de Comunicação e Imprensa Mahmud Khalil Mahmud Abdel Hamid Zardeh.
Planos de Saúde
A pesquisa constatou que um a cada quatro médicos está desprotegido quando se trata de planos de saúde com cobertura para Covid-19. 72% afirmaram ter o serviço, 26,6% não têm plano de saúde e os demais não sabem ou têm plano, mas sem cobertura para Covid-19.
Afastamento e remuneração
Os dados colhidos mostram que 40,8% dos médicos participantes precisaram se ausentar das atividades por conta da pandemia, especialmente pela idade (46,5%) e comorbidades (28,9%). Destes, quase 50% continuaram sendo remunerados integralmente, 25% receberam a remuneração em parte e 15% nada receberam.
“Certamente os médicos contratados com carteira assinada e os servidores públicos tiveram suas garantias trabalhistas e estatutárias atendidas, mas os médicos submetidos a contratos precários foram mais uma vez prejudicados”, avalia o secretário geral do SIMESC, Roman Leon Gieburowski Junior.
Roman destaca que a pesquisa também mostrou que 15% dos serviços de saúde não têm priorizado o afastamento dos médicos com mais de 60 anos ou doenças crônicas, e que 56,9% têm afastado os profissionais.
“O Sindicato tem orientado que este é um direito do médico e caso o profissional encontre dificuldades deve buscar auxílio da Entidade, que reforçou o atendimento jurídico nesse período”, informa o secretário geral.
EPIs
Sobre o recebimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) como máscaras, aventais, luvas descartáveis, protetores faciais e óculos, a maioria dos médicos (67,1%) respondeu ter acesso aos equipamentos. Quase 15% estão recebendo em parte e 5% estão sem os materiais.
“Os EPIs são indispensáveis para garantir a segurança de quem está na linha de frente e por isso desde o início da pandemia, o Sindicato contatou gestores do Estado, municípios e hospitais para garantir os equipamentos aos médicos. Os profissionais também devem exigir dos gestores o cumprimento deste importante requisito”, comenta o diretor de Comunicação e Imprensa do SIMESC.
Quanto à capacitação sobre a necessidade de adesão às boas práticas para o controle da transmissão do vírus, 76,9% dos médicos responderam ter recebido instruções, e quase 20% não.
A pesquisa também perguntou se os médicos receberam orientação sobre a procura do serviço de Medicina do Trabalho em caso de sintomatologia respiratória e/ou necessidade de acolhimento psicológico. Quase 42% afirmaram terem sido instruídos, 34,7% não receberam orientação e 19,4% não souberam responder.
Unidades de saúde
Segundo os médicos que participaram da pesquisa, 81% das unidades de saúde mantém acessível aos pacientes infraestrutura no pronto-atendimento para higienização das mãos incluindo sabão, álcool gel, lenços e toalhas descartáveis. Para 9,5% a estrutura é muito falha. Quase 60% das respostas, afirmaram que as instalações das unidades de atendimento estão sendo limpas adequadamente. Para 21% as limpezas são realizadas, mas poderiam melhorar e 7,8% informam que não há limpeza.
Quando questionados se o médico considera a unidade de saúde que trabalha preparada para atendimento de Covid-19, 54,6% responderam que sim e 27,2% não. Os demais não sabem responder ou consideram estar preparada em partes.
O questionário, foi aplicado em 11.724 médicos, teve 3% de participação, o que valida os resultados com chance de erro de 5% para mais ou para menos.
Veja o resultado da pesquisa na íntegra AQUI