A Secretaria de Estado de Saúde (SES) negou nesta sexta (26) que haja falta de medicamentos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de Mato Grosso. A Pasta ainda garantiu que todas as UTIs da rede de saúde pública estadual estão com o funcionamento assegurado.
Em nota, a SES informou que a maioria dos leitos intensivos é contratado com empresas tercerizadas em regime de pacote completo, que inclui fornecimento de recursos humanos, materiais e medicamentos e que há estoque para garantir o funcionamento normal das UTIs até as próximas semanas.
No entanto, a gestão estadual alertou que existe um risco real e gravíssimo de desabastecimento no Brasil, devido a grande procura em decorrência da pandemia de Covid-19, o coronavírus. Além da falta de medicamentos, o país enfrenta uma excessiva elevação de todos os preços.
Apesar da tranquilidade garantida pela SES, o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, já foi acionado há vários dias por todos os Estados para liberar o processo de aquisição.
Colapso na saúde
Já na última semana, em 19 de junho, o Sindicato dos Médicos de Mato Gorsso (Sindmed-MT) apontou para a escassez de insumos nevessários aos pacientes entubados com a Covid-19. No ofício encaminhado às prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande para demandar o lockdown, a entidade destacou a situação dramática que os profissionais estariam vivendo dentro das unidades de saúde.
“Excelências, as mazelas do SUS, que já não eram poucas, em tempos de pandemia expõem a péssima estrutura, a falta de profissionais e de condições de trabalho dignas. Com o aumento exponencial de casos de Covid-19 na Baixada Cuiabana, os profissionais médicos comunicaram ao sindicato o esgotamento dos leitos de UTI na rede particular, e da falta de materiais e medicamentos, para garantia do atendimento à população, nos estabelecimentos públicos. Chegamos ao antevisto Colapso do Sistema de Saúde”, apontavam há uma semana.
O documento ainda trás relatos dos médicos que, além da falta de leitos, estariam enfrentando a ausência de medicamentos para a sedação de pacientes internados nas UTIs, e que precisam permanecer entubados, para sobreviverem a falta de oxigênio, provocada pelo comprometimento dos pulmões contaminados pelo Covid-19. “Estamos presenciando nossos pacientes se afogarem no seco e em profundo sofrimento, pela falta dos sedativos adequados”, releva o ofício.
Das 14 cidades de Mato Grosso com hospitais de referência para tratamento de pacientes com coronavírus, 13 estão apresentam situação grave em relação ao sistema de saúde. Nesses munícipios, que representam 92% do total, já há sinais de esgotamento na oferta de leitos de UTI’s e de enfermaria.
Leia nota da SES na íntegra:
Sobre a falta de medicamentos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) esclarece:
1 – A maioria das UTIs é contratada com empresas terceirizadas em regime de pacote completo, com o fornecimento de pessoal, materiais e medicamentos;
2- Neste momento o abastecimento está normal, inclusive com estoque para as próximas semanas;
3- Existe no Brasil uma grande procura e consequente falta de muitos medicamentos, além de uma excessiva elevação de todos os preços. O risco no país de desabastecimento é real e gravíssimo;
4- O Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, já foi acionado há vários dias por todos os Estados para liberar processo de aquisição;
5- No momento, todas as UTIs do Governo de Mato Grosso estão com funcionamento garantido.
Fonte: Hiper Notícias