O Sindmepa emitiu nota de repúdio à demissão do médico Rafael Matos, da Prefeitura de Santarém, que foi exonerado por reclamar da falta de Equipamento de Proteção Individual (EPI) no posto em que trabalhava, no balneário Alter do Chão. Ele foi demitido após enviar uma mensagem ao Prefeito municipal, Nélio Aguiar, em seu twitter, informando que estava trabalhando no posto de saúde sem máscara. Após reunião intermediada pela Delegacia Sindical do Sindmepa em Santarém, a prefeitura garantiu que o médico será mantido nos quadros de profissionais de saúde do município.
Na nota de repúdio, o Sindmepa afirma que “a atitude do prefeito não será tolerada, pois atenta não somente ao referido profissional, mas sim a toda a classe médica do Estado do Pará”. O Sindmepa critica ainda na nota “a falta de ética, o desrespeito ao profissional, o atentado à honra e à reputação, por meio de difamação em redes sociais, sem as devidas provas”.
Ressalta ainda que é direito do profissional médico o uso de EPI e rechaça “qualquer perseguição política ou o cerceamento do direito de exercer a Medicina com honra, dignidade e os mínimos de condições de trabalho, conforme código de ética”. Diante do fato, o sindicato acionou sua assessoria jurídica para providências administrativas e jurídicas junto às autoridades competentes, “para rigorosa apuração dos fatos e punição de seus responsáveis”.
Na tarde desta terça-feira representantes da delegacia sindical se reuniram com a titular do cargo, Daiane Silva, para exigir a recontratação de Rafael. A secretária disse que foi um equívoco a demissão do médico e garantiu que o mesmo seria mantido nos quadros da Prefeitura.
O diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso, afirmou que “em pleno século XXI é inadmissível que um trabalhador não possa cobrar condições de trabalho e segurança para o patrão. Mais ainda ser punido por isso. Além disso, demitir, sem motivo justo, um médico em plena pandemia da COVID-19, beira a irresponsabilidade”.
Fonte: Sindmepa