Uma vistoria recente nos postos de saúde da rede municipal de Maceió, realizada por diretores do Sinmed, constatou diversas inconformidades que comprometem a qualidade do atendimento. A maioria delas já havia sido comunicada aos gestores, com pedido de providências, mas continua sem solução. “A decepção foi grande. Voltamos em muitos lugares onde o volume de problemas aumentou,’ desabafou a vice-presidente Sílvia Melo.
Ela disse que já tem em mãos um relatório da situação verificada nas unidades visitadas, com fotos anexas, e que o Sinmed vai formalizar denúncia junto ao Ministério Público Estadual, Tribunal de Justiça, OAB, Defensoria Pública e demais instâncias. “Vamos entregar esse relatório às autoridades competentes, solicitando providências, já que os gestores não agem espontaneamente, nem escutam os apelos do sindicato,” argumentou.
Segundo ela, foram encontrados danos grosseiros e que sinalizam situação de abandono no Posto Arthur Ramos, situado no Conjunto Henrique Equelmam, Posto Lourenço de Carvalho, em Riacho Doce, Posto Geraldo Melo, no Bom Parto, Posto Felício Napoleão, no Jacintinho e no Posto Hamilton Falcão, noBenedito Bentes. Para se ter uma ideia, basta dizer que existe muito mofo e infiltração crônica, cadeiras sem encosto, mobiliário enferrujado, banheiros sem condições de uso, falta de insumos, equipamentos de uso médico quebrados, escassez de medicamentos, e até os itens básicos do enxoval de uma unidade de saúde, como lençóis, por exemplo, estão em situação precária, muitos tão antigos que encontram-se rasgados. Rolo de toalha descartável para forrar macas e mesas de exames é item de luxo na rede pública, mas nunca deveria faltar. Quando tem é porque o médico compra. Não tem sequer papel toalha para enxugar as mãos. Também não foram encontradas balanças nos postos visitados, mas o item é necessário para fazer o controle do tratamento de obesidade, principalmente em diabéticos e gestantes. “Na maioria dos postos não encontramos aparelho de verificar pressão arterial. O médico só consegue verificar se levar o dele próprio, de uso particular,” lamenta Sílvia Melo, observando, ainda, que a estrutura física como um todo é insalubre, inclusive os servidores evitam usar o refeitório e sanitários devido as condições de higiene. Isso é, no mínimo, desumano. É um sacrifício que pode ocasionar adoecimento”.
DETALHANDO CADA CASO (confiram fotos em nossa galeria)
Posto Arthur Ramos (localizado no Conjunto Henrique Equelman)
1-Mofo na parede da sala de exame
2-Teto com infiltração e mofo
3-Caixa do ar-condicionado com mofo e infiltração
4-Armários enferrujados
5-Mesa de exame encostada numa parede mofada
6-Gelágua enferrujado
7-Cadeira sem encosto
8-Parede soltando tintura devido infiltração
9-Cozinha insalubre
10- Detalhe da pia da cozinha com vazamento e mofo na parede
Posto Lourenço de Carvalho (localizado em Riacho Doce, no antigo prédio do Mª Conceição Paranhos)
1-Mofo embaixo da pia da cozinha
2-Parede da cozinha com mofo
3-Cupim descendo do teto fazendo caminho pela parede
4-O último laudo da Vigilância Sanitária diz que o posto está fora das normas preconizadas, sem apresentar os exames periódicos de controle de qualidade da água, não tem plano de contingência, o mobiliário é oxidado, tem revestimento de parede e piso danificados, e o material da caixa para transporte de vacinas é inadequado.
Posto Geraldo Melo (localizado no Bom Parto)
Está impregnado de mofo em todos as ambientes, desde o hall de entrada, sala de espera, consultórios, teto, farmácia, almoxarifado, sala de exames e de vacina, cozinha, etc.
Posto Felício Napoleão (Jacintinho)
Não tem tensiômetro
Posto Hamilton Falcão (no Benedito Bentes)
Tem apenas um sonnar para dois obstetras e quatro enfermeiras. Não existe tensiômetro
Fonte: Simed