Essa semana o representante de Alagoas no CFM, Emmanuel Fortes, novamente conclamou as entidades médicas do Estado e seus respectivos associados a reagirem assertivamente contra os ataques que a medicina vem sofrendo. Ficou deliberado criar uma Comissão de Assuntos da Política de Saúde (CAP) para acompanhar as temáticas da área médica, e projetos enviados aos parlamentares envolvendo saúde pública.
A iniciativa tem como objetivo evitar novas agressões que desvalorizem a atividade médica e, consequentemente, os profissionais da medicina. “Temos que sair do marasmo. Nossa profissão precisa voltar a ser respeitada com o mesmo peso que teve em sua origem. Não podemos ficar apáticos. Somente com união e foco conseguiremos reverter o quadro”, advertiu.
Os representantes do Sinmed, Marcos Holanda; do Cremal, Fernando Pedrosa; da Sociedade de Medicina de Alagoas, Fernando Gomes; da Comissão de Residência Médica, Eliel Bezerra; e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões/Capítulo AL, Tadeu Muritiba, entre outros, participaram das discussões, na noite do último dia 2/1, no auditório do CRM. Lideranças de especialidades e médicos que labutam no serviço público também participaram, manifestando opinião favorável a criação da CAP enquanto estratégia para coibir, em nível estadual, a expansão dos ataques contra a medicina, e consequente desvalorização da categoria.
Entre as medidas danosas à classe constam, por exemplo, projetos de lei que abrem brecha para outros profissionais exercerem tarefas da competência da medicina. “Colocar DIU, realizar parto, prescrever medicação, emitir diagnóstico, fazer exames como ultrassonografia e demais procedimentos médicos são atribuições nossas mas, ultimamente, realizadas por quem nunca estudou medicina. Esses absurdos não podem ser legitimados nas casas legislativas. Precisamos reagir”, apelou Fortes.
O presidente do Sinmed, Marcos Holanda, acrescentou que na rede pública, tanto o governador do Estado, Renan Calheiros, como o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, ignoram a lei do ato médico, e de modo geral agem com total desrespeito a classe médica, mas o Sindicato tem partido para o embate. “É muito doloroso não contar com a união da categoria para enfrentarmos juntos os problemas. Na maioria das vezes lutamos sozinhos. No máximo, contamos com uma representação mínima de dois ou três colegas. É imperativo ter consciência de que as conquistas dependem de união,” desabafou Marcos Holanda, citando diversas situações em que o Sinmed não teve o respaldo da base e que é urgente aumentar as sindicalizações .Segundo o presidente da SMA, Fernando Gomes, os próprios representantes da classe médica no CFM precisam dar publicidade de suas agendas de trabalho em prol da categoria como forma de deixar os colegas a par das bandeiras de luta. Isso ajudaria no incentivo dos colegas ao engajamento, evitando críticas infundadas. “Devido a falta de divulgação muitos pensam, equivocadamente, que as lideranças são omissas, daí ficam desmotivados, desunidos”. Outro posicionamento que complementou essa opinião foi a do colega Eduardo (colocar o sobrenome dele). Ele ratificou a necessidade de uma divulgação maciça, através não somente dos recursos das ASCOM(s) das entidades médicas, mas investindo além. “Sugiro uma campanha publicitária de alcance externo, com veiculação em todas as plataformas de mídia’. O consenso foi de que haja divulgação no ambiente corporativo (sites e redes sociais das instituições corporativas), mas também fora desses espaços, já que nem todo médico vive conectado nas plataformas digitais das entidades médicas e sim em outras opções interativas.
Enfim, com a decisão da criar a CAP, a fase agora é de compor os membros e motivar a categoria. Quem quiser lutar e contribuir para o resgate da valorização da classe pode procurar as lideranças do Cremal, Sinmed e SMAL e confirmar o propósito. Ah, na ocasião foram relatados diferentes problemas, todos, aliás, abordados sistematicamente nos eventos do Sinmed, como a invasão de outros profissionais nas atividades médicas, até a falta de concurso público, de um plano de carreira, e da precarização do trabalho – irregularidades que dão margem à corrupção.
Fonte: Sinmed AL