Reunidos em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) com representantes do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Defensoria Médica e Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), os médicos da Rede Municipal do Recife, numa demonstração de força, compareceram de forma massiva para discutir a proposta de implementação do registro de ponto eletrônico pela gestão. O encontro aconteceu no auditório localizado na sede do Simepe, na manhã desta quarta-feira (04/09).
Com a orientação da presidente do Simepe, Claudia Beatriz; o vice-presidente, Walber Steffano; o diretor executivo, Fernando Júnior; o diretor de Base Sindical, Rodrigo Lopes; e do advogado da Defensoria Médica, Diego Galdino; além do conselheiro do Cremepe, Carlos Eduardo, a categoria debateu sobre a aferição da jornada de trabalho, condições de trabalho, insegurança, atribuições da coordenação médica e educação permanente.
Sobre o ponto eletrônico, a Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) visa implementar, até o final de setembro, os equipamentos em todas as unidades de saúde. Serão 3 meses de adaptação – outubro, novembro e dezembro – para que a gestão avalie as especificidades de cada unidade e dos seus profissionais. Serão instaladas câmeras de monitoramento, além de alertas anti-pânico. Quanto as funções dos coordenadores médicos, foi informado que os mesmos se reunirão em momento oportuno com os colegas em seus respectivos distritos para conhecer os mesmos, escutar e falar sobre as suas funções, tirando dúvidas caso estas surjam.
Foi deliberado de forma esmagadora, na Assembleia, um posicionamento contrário a implementação do ponto eletrônico visto que o exercício da Medicina não é um simples ato “mecanizado” e pressupõe várias especificidades complexas que não são contempladas numa simples aferição métrica. Também foi deliberado por unanimidade um pedido de reunião com o secretário de saúde do município, visando discutir a adequação do registro de ponto eletrônico diante das especificidades da categoria médica e, além disso, externar o sentimento de insatisfação da base referente ao ponto eletrônico, por entender que o gargalo da saúde não está nos seus profissionais, mas sim diante de todo o cenário que envolve o sucateamento e a precarização das unidades de saúde.
“Nós vamos levar ao secretário de saúde a discussão, de forma bem objetiva e pontual, sobre a instalação do ponto eletrônico. É importante entender as peculiaridades de aferição do trabalho médico, tendo em vista que o município dispõe de médicos que trabalham semanalmente com vários tipos de jornadas, 40hs, 20hs, 3º turno ou como plantonista, e que cada uma delas tem suas peculiaridades que precisam ser debatidas. Externamos, ainda, uma preocupação enorme com as unidades de saúde que não comportam um atendimento médico adequado”, ressalta a presidente do Simepe, Claudia Beatriz.
A categoria volta a se reunir em Assembleia no próximo dia 18/09 para discutir os rumos do movimento.