O Sindicato dos Médicos do Pará entende que o programa Médicos para o Brasil tem os dois pressupostos básicos desde sempre defendidos pelas entidades médicas: médicos com CRM e a implantação de uma carreira médica com estabilidade e vínculo empregatício. Médicos com CRM garante qualidade na assistência médica oferecida à população e a carreira é a estratégia adequada para a fixação de profissionais nas áreas de difícil acesso.
Além disso, a iniciativa traz um elemento de qualificação que é a obrigação do médico realizar curso de especialização em Medicina de Família e Comunidade para que possa realizar a prova para obter título de especialista em Médico de Família. Ou seja, além da fixação do médico nos rincões, teremos médicos qualificados e vocacionados para exercer a especialidade necessária e adequada. O efeito colateral desta medida será valorizar a especialidade máter da medicina, aquela de maior complexidade, não só por lidar com adultos e crianças, mas, também pelo envolvimento do médico com a comunidade, elemento fundamental para o conhecimento da realidade epidemiológica do território e seu impacto na saúde das populações e dos indivíduos que lá vivem.
Um terceiro elemento merecedor de aplauso é a destinação de mais de 50% das vagas para as localidades de difícil provimento das regiões Norte e Nordeste, acabando com o absurdo da existência do programa em capitais do Sul, Sudeste e até no Distrito Federal.
Destacamos a previsão de gratificação diferenciada para os médicos que irão trabalhar nas áreas indígenas, fluviais e ribeirinhas. É o reconhecimento destas regiões como especiais. Uso concreto do princípio da Equidade do SUS e, quiçá pela primeira vez, a aplicação do que chamamos de Fator Amazônico.
Por fim, apontar um aspecto importante e moderno da carreira médica proposta que é o tempo de 12 anos necessário para o profissional atingir o topo, o que permite ao trabalhador fazer um planejamento profissional de longo prazo e a criar raízes na comunidade pela qual optou.
Fonte: Sindmepa