Na manhã desta quarta-feira (07), diretores do Sindmepa realizaram uma visita técnica ao Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS), após receber denúncia do corpo de residentes de Otorrinolaringologia sobre a redução do número de procedimentos cirúrgicos. O hospital referência em Otorrinolaringologia, Oftalmologia e Crescimento e Desenvolvimento Infantil é gerenciado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Os diretores Waldir Cardoso, José Martins e Erivaldo Pereira foram recebidos pelo residente Luigi Ferreira e Silva, que falou sobre o atual cenário da ala de otorrinolaringologia do HUBFS. Atendimentos e consultas estão sendo realizados normalmente, já os procedimentos cirúrgicos continuam dependendo da existência dos insumos básicos e materiais permanentes.
Cirurgias são canceladas por falta de roupas cirúrgicas, já que nem sempre a empresa responsável atende à demanda do hospital. Além disso, existem apenas três aspiradores cirúrgicos, um para cada sala de cirurgia, sendo extremamente necessário a existência de um aspirador reserva. Segundo o residente, no ano passado o hospital recebeu alguns aspiradores, porém eles não resistiram à primeira cirurgia. O sistema elétrico antigo e as tomadas que não funcionam também dificultam o trabalho dos residentes.
O problema da falta de anestesistas de sobreaviso que prejudicava a realização de cirurgias consideradas com sangramento como amigdalectomia, adenoide, sinusiotomia, septoplastia, dentre outros, já foi resolvido. Este era o principal problema e fez com que em todo o primeiro semestre de 2019 fossem realizadas 28 cirurgias otorrinolaringológicas no serviço para treinamento dos 12 médicos residentes (R1 a R3), uma média de pouco mais de uma cirurgia por semana.
Dados do relatório enviado ao Sindmepa mostram que em 2017, foram realizadas 72 cirurgias. Em 2018, foram feitas 50 cirurgias, porém a redução se dá em razão do preceptor de férias. Já neste primeiro semestre de 2019, foram realizadas apenas 28 cirurgias.
É importante lembrar que o período de residência médica, limitado a três anos, é essencial para a formação do profissional. A redução de cirurgias devido à falta de materiais básicos para o bom funcionamento da medicina prejudica não somente aos pacientes, mas também aos futuros profissionais da saúde.
O Sindmepa solicitou uma audiência para a nova Superintendente da EBSERH no Pará, Dra. Regina Feio, para tratar da situação.