Hábitos de vida, exposição a situações de risco, como violência e acidentes de trânsito e de trabalho, consumo de álcool e outras drogas com maior frequência, além da falta de atenção à saúde, são os principais fatores para que a cada cinco pessoas que morrem, quatro sejam do sexo masculino.
“Os homens têm medo de descobrir doenças, não se alimentam adequadamente, além de não praticarem atividade física com regularidade”, destaca o coordenador de Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Danilo Campos.
No Brasil, os homens vivem, em média, sete anos a menos do que as mulheres e têm mais doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevada. E cada vez mais pesquisas comprovam que a saúde, mais do que a genética, é consequência das escolhas e hábitos de vida. “Dessa forma, a necessidade de ações de promoção e prevenção voltada para os homens é essencial para o entendimento da sua própria fragilidade e responsabilidade com sua saúde, pois muitas doenças podem ser evitadas se o homem procurar os serviços de saúde com maior frequência”, explica o coordenador.
Segundo o Danilo, há uma tendência de maior morbidade e mortalidade de pessoas do sexo masculino do que do sexo feminino em praticamente todas as faixas etárias. “Na faixa etária de 20-29 anos, isto se torna mais evidente, sendo que as causas principais são as chamadas “causas externas”, que incluem as violências e os acidentes”, destaca.
Esses fatores denotam um afastamento dos homens em relação ao cuidado com a saúde, incluindo-se aí uma maior exposição a situações de risco, o que os leva a procurar os serviços de saúde mais pela atenção especializada, que é quando a doença já está instalada, dificultando o tratamento e onerando o sistema de saúde, ao invés de buscar as ações e os serviços de prevenção na Atenção Primária.
Homens procuram menos os serviços de saúde
As construções das diferentes expressões de masculinidade levam os homens desde a infância a não serem estimulados a demonstrar sentimentos nem vulnerabilidades, sob o risco de terem esta masculinidade questionada. “Nos processos de socialização, principalmente na adolescência e juventude, isto fica mais evidente, pois há uma ideia geral de que eles devem resistir a tudo, ser provedores, se arriscar mais e demonstrar poder e dominação”, comenta Danilo.
Estas barreiras socioculturais fazem com que eles não procurem os serviços de saúde com frequência, principalmente para a prevenção de doenças e agravos. Além disto, existem as barreiras institucionais (originadas dos serviços, órgãos públicos, empresas, etc), que também afastam os homens do cuidado com a saúde. “Elas ocorrem, por exemplo, quando os próprios serviços de atenção à saúde não se preparam para acolher os homens da forma mais adaptada às suas diferentes realidades e singularidades, pois suas ações ainda estão muito focadas na atenção à saúde materno-infantil, de idosos, dentre outras, fazendo com que os homens não se enxerguem nestes espaços”, complementa.
Para quebrar esses paradigmas construídos sobre o comportamento masculino, o Ministério da Saúde tem uma Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem que trabalha no sentido de desconstruí-los.
Exames de rotina que devem ser feitos:
• Pressão arterial;
• Hemograma completo;
• Testes de urina;
• Teste de fezes;
• Teste de glicemia;
• Atualização da carteira vacinal;
• Verificação do perímetro abdominal;
• Avaliação de IMC.
Fonte: Ministério da Saúde