O médico e escritor Rostand Carneiro Leão Paraíso morreu, na madrugada de 10 de julho, aos 89 anos. Cardiologista e presidente do British Country Club do Recife por mais de cinco gestões, ele estava internado no Hospital Português, no Paissandu, no Centro da cidade.
Ele deixa viúva a esposa Célia Paraíso, de 83 anos, além de uma filha, quatro netos e dois bisnetos.
Pesar
Por meio de nota, a Academia Pernambucana de Letras diz ter recebido “com grande pesar a notícia do falecimento do médico, escritor memorialista e cronista brasileiro”. A presidente da APL, Margarida Cantarelli, falou à TV Globo sobre o legado de Rostand.
“Rostand deixa um legado muito grande para a literatura e para a medicina. Ele é muito presente entre nós. Rostand deixa também uma grande contribuição de resgate do passado de Pernambuco. E, para a medicina, nem preciso dizer do papel que ele exerceu como cardiologista e como coordenador de jovens médicos cardiologistas no estado”, diz.
A Secretaria Estadual de Saúde expressou pesar por meio de nota, na qual diz que Rostand “o cardiologista dedicou sua vida a esta especialidade médica, tendo contribuído decisivamente para o desenvolvimento da mesma em Pernambuco”.
Ainda no texto, a pasta afirma que Rostand Paraíso “ajudou a formar uma legião de novos cardiologistas, sempre se destacando por seu profundo conhecimento e, sobretudo, compromisso e respeito com os pacientes”, desejando “aos familiares e amigos” os “mais profundos sentimentos”.
O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) também lamentou o falecimento do médico. Por meio de nota, Rostand “era um homem moldado para servir e trabalhar intensamente na melhoria da nossa sociedade”.
O órgão diz, ainda, que Rostand era “referência na cardiologia do estado, formou inúmeros especialistas e destacava-se pelo humanismo no exercício da profissão, além de escritor consagrado.”
Durante sua carreira médica, segundo o Cremepe, “Rostand teve ativa participação no progresso da cardiologia em Pernambuco, pois que foi fundador do Prontocor. Nessa época se desenvolveu em Recife o atendimento emergencial aos pacientes com Infarto do Miocárdio.”
Na década seguinte, segundo o Conselho Regional de Medicina, ele “foi um entusiasta da cirurgia coronária com Pontes de Safena, associando-se ao Dr. Carlos Moraes na fundação do Instituto do Coração de Pernambuco, em funcionamento no Hospital Português.”
Perfil
Nascido em 26 de fevereiro de 1930, Rostand era filho do professor Othon Paraíso e se formou em medicina em 1953, na extinta Faculdade de Medicina do Recife. Após a graduação, recebeu uma bolsa de estudos da Fundação Rockfeller na Universidade Tulane, em Nova Orleans, nos Estados Unidos.
Além de ter a carreira voltada à cardiologia, fundando o Instituto do Coração de Pernambuco com o médico Carlos Moraes, também se dedicou ao ensino e à literatura, apaixonado, sobretudo, pelos quadrinhos.
Além de ser acadêmico da APL desde 2000, o médico e escritor também era integrante da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores desde 1993. Nos 14 títulos dos quais ele escreveu, o Recife foi um dos principais temas.
Fonte: G1