A base fechada na qual a equipe foi realocada no Hospital do Campo Limpo não conseguiu atender a um dos chamados na manhã de hoje porque o vigia do local perdeu a chave do portão. Também hoje, a equipe realocada no Hospital do Tatuapé demorou mais que o habitual para atender um paciente eletrocutado porque a saída estava bloqueada para reabastecimento do tanque de oxigênio do local. A outra ocorrência não atendida a tempo aconteceu no sábado, dia 13 de abril, pois o paciente era morador vizinho a uma base que foi desativada, no jardim Sarah, e a ambulância mais próxima que o atendeu estava a 16 km do local.
De acordo com o diretor do Simesp, Gerson Salvador, a situação demonstra que os impactos negativos da descentralização aos cidadãos já podem ser sentidos. “A chance de sobrevivência a uma parada cardiorrespiratória diminui cerca de 10% por minuto sem assistência. As mudanças impostas pela prefeitura aumentam o tempo de resposta a casos graves, isso tende a aumentar os índices de complicações e mortes.”
Como já havia sido denunciado pelo Simesp à Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e ao Ministério Público (MP), o fechamento de 31 bases modulares do Samu, como prevê a Portaria 190/2019, deverá aumentar o tempo-resposta dos atendimentos e poderá gerar piora na assistência das pessoas, resultando em perdas de vidas. Os médicos se posicionam contra essa Portaria, que a prefeitura denomina de descentralização e o Simesp entende como desmonte.
Fonte: Simesp