O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) decidiu pedir à Justiça do Trabalho que intermedeie as negociações com a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo a respeito da demissão de 152 médicos e da terceirização de serviços da filantrópica. O sindicato só tomou essa decisão porque, de forma unilateral, a entidade decidiu romper com o diálogo sem motivo, mesmo com margem para negociação. Além disso, como a entidade é ré em processos do Ministério Público do Trabalho (MPT), o órgão informou que está impedido de interceder.
Por ser obrigada a negociar com o Simesp antes de demitir grande quantidade de médicos, por determinação judicial anterior, a Santa Casa ainda não demitiu os profissionais, mesmo tendo anunciado a intenção há mais de um mês. “A causa não está perdida. Esperamos ter uma audiência nos próximos dias e ainda temos como chegar a uma solução com a Justiça do Trabalho”, diz Eder Gatti, presidente do Simesp.
Ainda segundo Gatti, há relatos de assédio sofrido pelos médicos, gerando uma situação insustentável de forma proposital e, por conta disso, alguns profissionais têm pedido para sair da instituição. Quanto mais médicos abrirem mão de seus postos de trabalho de forma espontânea, mas margem para a terceirização a Santa Casa terá. “Temos consciência que a situação é desagradável, mas, para conseguirmos atingir os objetivos, é muito importante que os médicos resistam em seus postos de trabalho até que a situação se resolva”, diz Eder Gatti, presidente do Simesp.