O neuropediatra Newman Nigro trabalha no Centro Especializado de Saúde Paul Harris, na Posse, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, estava enfrentando dificuldades para conseguir atender os seus pacientes.O centro de atendimento precisava de uma reforma para que os pacientes fossem acomodados em condições melhores. Grande parte desses pacientes eram bebês, crianças e idosos que esperavam atendimento por horas em calor de cerca de 43 graus.
Comentamos sobre a necessidade de fazer uma obra aqui, mas a prefeitura não tinha condições. São 57 unidades. Temos boa relação com o secretário e o prefeito, tanto que a luminária que tiramos daqui foi para outra unidade”, diz Newman.
No entanto, o médico não desistiu. Ele sabia que seus pacientes precisavam de uma mudança e decidiu fazer algo a respeito. Foi assim que resolveu reformar a unidade hospitalar por conta própria, gastando cerca de R$ 4 mil de seu bolso para rebaixar o teto do forro PVC, fazer um isolamento térmico com isopor, comprar novas luminárias para a área de recepção, além da luminária. Entre os próximos investimentos estão 3 ventiladores para a unidade, também do bolso de Newman.
Os funcionários da unidade sabem o quanto o médico é dedicado ao trabalho e por isso fazem o possível para ajudar. Fábio Moraes, clínico que trabalha no posto, doou R$ 1 mil para ajudar com as despesas.
A mudança foi recebida com gratidão pelos pacientes: “A recepção ficava muito quente e isso deixava as crianças mais agitadas,” contou a artesã Maria José Duque, de 52 anos, que levou os netos Miguel e Sammuel para atendimento com Newman.
Outra paciente, Marilene Nascimento, de 54 anos, é só elogios para Newman: “Como ótimo médico que é, não pensou só nele, e, sim, nos pacientes.”
Newman trabalha no posto há 20 anos e é o diretor-geral da unidade, por isso sente uma relação de proximidade com os pacientes e obrigação com eles. Essa não foi a primeira vez que ele bancou alguma melhora para o posto, além de já ter impedido os funcionários de entrarem em greve pagando o salário de todos eles em rodízio enquanto a prefeitura estava se organizando.“Fomos a única unidade que não entrou em greve. Fizemos um rodízio. Cada dia da semana, um grupo vinha trabalhar. Dava uma parte do salário dos técnicos e dos funcionários do administrativo e uma ajuda de custo para transporte e alimentação”.
A Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu escreveu um comunicado sobre a situação:
“Devido à falta de atualização nos repasses federais para o Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), grande parte dos recursos da Secretaria de Saúde são destinados para manter a unidade sempre de portas abertas. Dos R$ 19 milhões gastos mensalmente no HGNI, R$ 8.5 milhões saem dos cofres municipais. Apesar destas dificuldades, a prefeitura vem buscando investir em melhorias nas unidades básicas de saúde. Uma licitação está em andamento para obras de reparos em 13 das 57 unidades básicas de saúde”.Felizmente, a população pode contar com esse incrível profissional, que vai além da sua obrigação e mostra que almas boas existem sim!
Fonte: Site O Segredo