O Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (SIMESC) questionou na Justiça os motivos que levam a organização social Mahatma Gandhi a contratar os médicos que irão atuar na Upa Continente, em Florianópolis, de maneira diferenciada aos demais trabalhadores da saúde. Os médicos não participaram do processo seletivo realizado há alguns dias, e de acordo com dirigentes da Secretaria Municipal de Saúde, os contratos serão realizados por empresa sem qualquer vínculo com a municipalidade.
“Entendemos a importância desse espaço de atendimento em saúde na nossa cidade. O que não é compreensível é a diferenciação de contratação. Os médicos serão boias-frias?”, questiona o presidente do SIMESC, Cyro Soncini.
De acordo com a prefeitura de Florianópolis, a UPA deve alcançar os 5,5 mil atendimentos por mês e para isso, foi projetado que três médicos trabalharão durante o dia e dois à noite. “Essa diferenciação não combina com a Prefeitura de Florianópolis que, mesmo em um cenário de subfinancia mento da saúde em todo o País e com os graves problemas enfrentados pelas prefeituras, consegue apresentar números positivos na assistência em saúde, também pelo esforço de vários médicos, todos devidamente contratados e com direitos trabalhistas garantidos”, acrescenta o presidente do Sindicato.
Para Cyro, compactuar com esse tipo de precarização de relações de trabalho promove uma grande desigualdade entre os trabalhadores que atuarão na mesma unidade de saúde. “Que venha funcionar a UPA do Continente, ótima notícia! Mas que venha contratando os médicos que lá trabalharão. Se a situação não mudar, começa muito mal a terceirização dos serviços de saúde na capital”, encerra.
Foto: PMF