O Sindicato dos Médicos do Ceará não para de receber denúncias acerca de ameaças de ataques criminosos contra unidades de saúde em Fortaleza, sobretudo, os postos da atenção básica. Os relatos de violência e medo assustam profissionais e pacientes que precisam de atendimento na rede pública. Um dos casos de pânico denunciados à entidade foi o ocorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Itaperi. Funcionários denunciaram, nesta terça-feira (8), que bandidos passaram e anunciaram que se a unidade continuasse aberta eles iriam incendiar o local. Outra declaração, de um médico que prefere não se identificar, inclui relatos de que o Posto Oliveira Pombo, no bairro Pan Americano, também está sob ameaça de ser atacado caso não feche as portas.
Segundo informações dos profissionais que trabalham no local, devido às intimidações dos bandidos, todos estão aterrorizados com as ameaças e os ataques que tomam conta do Estado, sendo decidido, no início desta tarde, suspender as atividades, seguindo a recomendação do Sindicato dos Médicos de não trabalharem diante da situação caótica de insegurança.
Ciente da grave situação, o Sindicato dos Médicos do Ceará, representado pelo seu presidente Dr. Edmar Fernandes, oficiou o comandante do 21º Batalhão da Polícia Militar, Major Silveira, comando da região do Itaperi, solicitando a instalação de policiamento fixo na UPA e demais unidades de saúde da localidade. A entidade oficiou também, mais uma vez, a Prefeitura de Fortaleza e a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS), no intuito de cobrar, novamente, medidas emergenciais para restabelecer a segurança dos profissionais e da população.
O presidente do Sindicato, em mais uma tentativa de preservar a integridade da categoria médica e da população assistida nas unidades de saúde, continuará na busca incessante de defender os direitos dos médicos, que precisam de segurança para atender os seus pacientes. “A situação de insegurança e violência a que chegou ao nosso Estado é calamitosa. Precisamos resguardar a vida dos profissionais da saúde, assim como da população cearense, em especial às pessoas que necessitam estar nas unidades de saúde. Por isso, nosso clamor junto aos órgãos de segurança pública é de que implantem policiamento fixo em todas as unidades que vêm sofrendo ameaças de criminosos”, segue firme.
Posto fechado
Outra denúncia que chegou ao Sindicato, nesta tarde de terça-feira (8), foi de que o Posto de Saúde Zélia Correia, no bairro Planalto Ayrton Sena, também em Fortaleza, está fechado por ordem dos bandidos. Segundo relato dos profissionais, um homem armado mandou o porteiro fechar as portas da unidade. O comércio do bairro está fechado.
Saúde precisa de segurança
Em setembro, médicos e profissionais da Atenção Básica de Fortaleza paralisaram as atividades nos postos de saúde e promoveram atos de protesto em frente ao Paço Municipal, à sede da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e à Câmara dos Vereadores. As mobilizações aconteceram em virtude da inércia da Prefeitura diante do Ofício n° 083/2018, enviado pelo Sindicato dos Médicos, em 20 de julho, no qual foram dispostas importantes pautas relacionadas, sobretudo, à insegurança nas unidades de saúde, locais de constantes atos de violência contra profissionais e pacientes.
A importante mobilização ganhou força à medida que a Prefeitura não apresentou proposta sobre a pauta de reivindicações da categoria, a despeito das inúmeras tentativas de negociação dos profissionais com a gestão, via atuação do Sindicato, por meio do diálogo propositivo, mobilizações e ações da Campanha Saúde Precisa de Segurança, cujo objetivo é alertar as autoridades e a sociedade sobre a insegurança de pacientes e médicos no exercício da profissão. Inclusive, ciente da gravidade da situação, o Sindicato solicitou, em julho de 2017, à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), a inclusão de unidades de saúde – com recorrentes casos de violência registrados – no Programa “Ceará Pacífico”.
Denúncias
Os médicos poderão enviar denúncias de violências, ameaças, toques de recolher, tiroteios ou ateamento de fogo em unidades de saúde para o Sindicato para o e-mail: secretariaexecutiva@sindmedce.org.br
Fonte: Assessoria de Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará