Pelo menos 504 municípios brasileiros registram alto índice de infestação pelo mosquito Aedes aegypti e apresentam risco de surto para doenças transmitidas pelo vetor, incluindo dengue, zika e chicungunha, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde. Fazem parte dessa lista 42 cidades pernambucanas, que aparecem no ranking do último Levantamento Rápido de índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) deste ano. Com base nesses números, mais de 4% dos domicílios nesses municípios do Estado têm larvas do mosquito em recipientes com água parada. Os dados ainda revelam que, entre as cidades que participaram do levantamento, 1.881 estão em situação de alerta (é o caso do Recife, com 1,1% dos domicílios com focos de reprodução do Aedes), enquanto 2.628 apresentam índices considerados satisfatórios – ou seja, menor do que 1% – taxa que reflete situação sob controle em relação a combate de epidemia das arboviroses.
O Recife é uma das 12 capitais brasileiras, de acordo com o LIRAa, que registram situação de alerta para transmissão elevada das arboviroses. As demais são Manaus (AM), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), São Luís (MA), Belém (PA), Vitória (ES), Salvador (BA), Porto Velho (RO), Goiânia (GO) e Campo Grande (MS). O levantamento ainda destaca que, das 27 capitais em todo o País, Palmas (TO), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT) e Rio Branco (AC) estão em risco de surto não apenas de dengue, mas também de zika e chicungunha.
Já Curitiba (PR), Teresina (PI), João Pessoa (PB), Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Macapá (AP), Maceió (AL), Fortaleza (CE) e Aracaju (SE) têm índices considerados satisfatórios. Natal (RN) e Porto Alegre (RS) fizeram a coleta de dados por armadilha – metodologia utilizada quando a infestação pelo mosquito é muito baixa ou inexistente.
Criadouros
Além de identificar onde estão concentrados os focos do mosquito em cada município, o levantamento revela quais os principais tipos de criadouros por região. No Nordeste, por exemplo, o armazenamento de água no nível do solo (doméstico), como tonel, barril e tina, foi o principal tipo identificado.
No Sudeste, o maior número de depósitos encontrados foi em domicílio, caracterizados por vasos e frascos com água e pratos e garrafas retornáveis. Já nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sul, predominou o lixo, como recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção.
Fonte: Jornal do Commercio