O Hospital Correa Picanço, no bairro da Tamarineira, na Zona Norte do Recife, referência no tratamento de doenças infecto-contagiosas, está sem Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) determinou o fechamento da UTI por defeito no sistema de refrigeração.
Os pacientes que precisam de tratamento intensivo estão sendo atendidos de forma improvisada. Vídeos mostram a situação complicada de pacientes internados no hospital. Em um dos leitos, ventiladores foram colocados, pois o ar-condicionado não funciona.
Um funcionário do hospital, que não quis gravar entrevista, diz que as enfermarias estão funcionando como UTIs improvisadas. Os pacientes ali internados deveriam ficar em uma área de isolamento de contato. Ele diz ainda que, por causa dessa situação, o estado de saúde dos pacientes está piorando. O funcionário chegou a ter que cobrir esses pacientes com lençóis molhados para aliviar o calor.
A professora Ana Karina, é tia de um dos pacientes, que deu entrada no último sábado (3) na unidade de saúde, com insuficiência respiratória. Na segunda-feira (5), seu sobrinho precisou ser entubado e permaneceu na enfermaria. “O risco dele é grave por ele estar em um ambiente que não seria adequado para o caso dele, que seria uma UTI”, afirmou. Horas após gravar a entrevista, o sobrinho dela faleceu.
Resposta
A promotora de justiça da área de saúde, Helena Capela, disse que a Secretaria de Saúde foi notificada e o caso será investigado. Sobre a situação do hospital, a justiça determinou um prazo para as adequações necessárias. Até o dia 13 de novembro, a situação deve ser normalizada.
A produção da TV Jornal pediu à Secretaria de Saúde que algum representante falasse com a equipe sobre os problemas do hospital e as medidas determinadas pelo MPPE, mas a resposta veio só por meio de nota.
A informação é que a direção do hospital reconhece a grande demanda de serviço, mas ressalta que mantém as portas abertas e não nega atendimento, garantindo assistência aos pacientes do SUS. Reforça ainda que faz esforços para adquirir medicamentos, quando acontecem atrasos pontuais. Sobre o problema na central de ar-condicionado na UTI, a nota diz que todas as medidas já estão sendo tomadas. E sobre a falta de plaquetas para o sobrinho da professora entrevistada, a assessoria do Hemope ainda não enviou resposta.
Fonte: TV Jornal
