Paralisados há mais de 40 dias, os médicos da rede municipal de saúde do Recife decidiram manter a greve da categoria por tempo indeterminado. Em assembleia geral extraordinária realizada na quarta-feira (7), na Associação Médica de Pernambuco, os profissionais adiantaram que não vão abrir mão da pauta de reivindicação. Eles querem melhorias na segurança das unidades de saúde, abastecimento de medicamentos e insumos, requalificação das unidades, ajustes nas escalas e reajuste salarial com equiparação com os servidores estaduais.
Os médicos ainda ressaltaram que a Prefeitura do Recife descumpriu o Termo de Compromisso firmado em janeiro deste ano com o Simepe. A assembleia foi comandada pelo presidente do Simepe, Tadeu Calheiros, e teve a participação da vice-presidente, Claudia Beatriz, e das diretoras executivas Lissandra Moura e Malu David.
No início da semana, a categoria elaborou uma carta aberta destinada ao prefeito do Recife, Geraldo Julio.
Confira o documento na íntegra
Os médicos do Recife vivem um pesadelo diário nas unidades de saúde da cidade. As estruturas são precárias; faltam medicamentos; a insegurança é generalizada, amedrontando profissionais e pacientes. Como se não bastasse isso, um grave déficit é registrado nas escalas médicas de toda a rede, ou seja, a demanda é muito maior do que o número de servidores. Além disso, é preciso valorização da categoria.
Por esses problemas, que se somaram à falta de medidas concretas por parte da Secretaria Municipal de Saúde, os Médicos do Recife estão em greve há mais de 40 dias. Para uma categoria que sempre trabalha lado a lado com o povo, esse tempo trata-se de uma eternidade. Não existem condições de retorno aos postos de trabalho, pois a grande parte deles está do mesmo jeito. Foram diversas tentativas de negociação com a secretaria municipal com um único objetivo: o cumprimento do Termo de Compromisso proposto e firmado pela própria PCR, em janeiro deste ano. Nada feito! Nem se honrou o acordo prometido e pior: portas fechadas para o diálogo franco, com proposta efetiva e viável para solução do caos da rede.
Com isso, infelizmente, os profissionais médicos seguem unidos, fortes, com o apoio da população, firmes na luta. A categoria entende que a falta de diálogo nos impele a seguir adiante com o movimento grevista e solicitar, nesta carta aberta, uma audiência com o Prefeito da Cidade do Recife, pelo povo. Não podemos mais esperar.
A população está sofrendo.
Fonte: OP9 – Sistema Opinião de Comunicação