A lógica de distribuição do Programa Mais Médicos (PMM) alocou a maioria dos intercambistas em faixas litorâneas e próximas aos centros mais desenvolvidos do Brasil. Não interferindo, portanto, na melhoria de acesso à saúde em localidades conhecidas pela existência de vazios assistenciais. Segundo informações oficiais analisadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), até o anúncio de rescisão do acordo, os cooperados cubanos representavam cerca de 52% da força de trabalho do PMM e estavam distribuídos em 2.533 municípios.
As informações disponíveis no Sistema Integrado de Informação Mais Médicos (SIMM) mostram que 45% dos cooperados cubanos estão em municípios do Sul e Sudeste, que, por sua vez, já concentram cerca de 70% dos médicos brasileiros ativos. No Sul, estão 15,9% dos cooperados; no Sudeste, há 28,9%. Os estados que concentram o maior número de cubanos são: São Paulo (16,6%), Bahia (9,8%), Rio Grande do Sul (7,4%), Minas Gerais (7,1%) e Pará (6,3%).
A proporção dos 8.233 cooperados em relação à população ativa dos médicos por Estado representa 1,8% desse universo. Eles são menos de 2% da população ativa de médicos de oito estados: Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Capitais e grandes centros – Do total de intercambistas cubanos, 13,9% estão baseados em municípios com população entre 5 mil e 10 mil habitantes; 43,4% ficam em localidade de 10 mil a 50 mil habitantes; 32,5% atuam em municípios de 50 mil a 500 mil habitantes; e 24% em municípios a partir de 500 mil habitantes. Ao se avaliar a lógica da distribuição em função dos índices de desenvolvimento humano, percebe-se que o grupo também está, em sua maioria (69%), nas cidades com IDHM médio, alto ou muito alto.
Em outros 10 estados (Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins), essa proporção fica entre 2,1% e 4% da população ativa de médicos brasileiros com CRM. Ao avaliar o porte populacional dos municípios que abrigam 8.233 intercambistas cubanos, percebe-se que a presença deles é proporcionalmente mais significativa nos municípios maiores. CONFIRA NA TABELA AO LADO.
Dos 20 municípios com maior número desses profissionais, 15 ficam no estado de São Paulo. Apenas a capital paulista, Campinas, Limeira e Jacareí, por exemplo, concentravam quase 200 cubanos. Apenas uma cidade fica no Nordeste (Ceará) e um no Norte (Amazonas). Dentre esses municípios, que têm maior quantidade de cooperados, dois são capitais (São Paulo e Rio de Janeiro), com populações superiores a 6 milhões de pessoas. O maior grupo individual de intercambistas está na cidade de São Paulo (SP). O município do Rio de Janeiro fica em quarto lugar nesse ranking, com 39 profissionais.
Na análise desse grupo, constata-se que dois dos 20 municípios têm mais de 1 milhão de habitantes. Três apresentam populações entre 500 mil e 999 mil moradores. Seis cidades possuem entre 300 mil e 499 mil habitantes. Sete contam com população entre 100 mil e 299 mil pessoas e apenas duas cidades têm menos de 99 mil habitantes. As distâncias de 17 municípios das capitais de seus estados oscilam de 14 km a 168 km.
Veja, abaixo, qual era a distribuição dos médicos cubanos no Brasil.
Fonte: CFM