A vice-presidente do Simepe, Cláudia Beatriz e o diretor executivo, Walber Steffano, participaram da fiscalização na tarde desta terça-feira, 09/10, com o vice-presidente do Cremepe, Maurício Matos e o médico fiscal, Sylvio Vasconcellos, na Policlínica Amaury Coutinho, da municipal do Recife, no bairro de Campina do Barreto, zona norte do Recife.
A ação foi motivada, após decisão aprovada na assembleia dos médicos da Prefeitura do Recife que estão em greve por tempo indeterminado, desde o dia 21 de setembro passado. Os pontos denunciados foram de desabastecimento, condições de trabalho e de infraestrutura precárias. Os médicos fiscalizaram os setores da Emergência da Clínica Medica, Traumato-Ortopedia e Pediatria.
De acordo com os funcionários da unidade, há cerca de dois anos foi iniciada uma reforma na policlínica, mas há seis meses as obras foram interrompidas e não há previsão de reinicio. Enquanto isso, pacientes são atendidos em salas improvisadas. Na emergência foram montadas três pequenas salas – a vermelha com um leito, a amarela com dois leitos e uma terceira de observação com outros dois leitos -, além de cadeiras para nebulização.
Já a escala de plantão médica é preconizada para três profissionais, porém só a pediatria está completa e ainda assim com plantões extras. “A clínica médica é minha maior dificuldade”, indicou o diretor geral, Robson Cordeiro. Ele ainda ressaltou que 100% do quadro de médicos é concurso e que os três clínicos de plantão se revezam entre evolução e novos pacientes. O quadro total de médicos é 63 profissionais com 21 pediatras, 19 clínicos e 17 ortopedistas. O ideal seriam 23 médicos de cada especialidade, portanto.
Situação e greve dos médicos
De acordo com a vice-presidente do Simepe, Cláudia Beatriz, é lamentável a situação da policlínica e por isso ratifica a greve dos profissionais. “Os médicos tem trabalhado em ambientes insalubres, sem condições adequadas, atendendo a uma população extremamente carente que necessidade de exames, de transferências”, pontuou.
Para o vice-presidente do Conselho, Maurício Matos, é inadmissível que a obra esteja parada e sem prazo de conclusão. “A fiscalização foi muito ilustrativa, o corpo médico muito comprometido, mas o que é inadmissível é você está a dois anos com uma instalação improvisada sem ter previsão para ser retomada essas obras. O improviso é mal para o doente e para os recursos humanos”, sinalizou.
A vistoria ainda identificou que há transferência de pacientes, mas o fluxo da rede ainda é muito defasado e o plantonista que transfere o paciente – descumprindo a Resolução Cremepe Nº 10/2014 – também faltam leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), situação que causou o óbito de um paciente na semana passada que ficou de segunda a domingo (6 dias) internado no serviço.
Fonte: Simepe