Pacientes, médicos e demais profissionais de saúde viveram momentos de terror, na noite de quarta-feira (19), no Hospital Municipal Dr. Abelardo Gadelha da Rocha, localizado em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza. A unidade de saúde foi palco de um ato de extrema violência, sendo invadida por um bandido que assassinou uma das pessoas que estavam em atendimento e baleou uma profissional de saúde. Diante desta situação inaceitável, o Sindicato dos Médicos do Ceará oficiou, nesta quinta-feira (20), a Prefeitura de Caucaia e a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), requerendo esclarecimentos e, em medida de urgência, a imediata implantação de equipes de segurança no Hospital, tendo em vista a obrigação do Poder Público de resguardar a vida dos pacientes, médicos e profissionais de saúde.
Segundo o presidente do Sindicato, Dr. Edmar Fernandes, a situação vivida no hospital de Caucaia é mais uma demonstração da vulnerabilidade pela qual pacientes, médicos e profissionais enfrentam todos os dias, colocando em risco a própria vida. “Estamos caminhando para a banalização da violência dentro das unidades de saúde. A cada dia a situação se agrava. Vivemos numa loteria. Ontem, foi em Caucaia. Hoje, pode ser em qualquer lugar. O Poder Público precisa agir imediatamente”, destaca.
Ao ser notificado sobre a ocorrência, o presidente do Sindicato contactou o diretor técnico do Hospital, Dr. Marcos Aurélio Silva Medeiros, que informou sobre o envio de inúmeros ofícios à SSPDS solicitando segurança para a unidade, os quais não foram atendidos. O relato corrobora com as diversas solicitações enviadas pelo Sindicato ao Governo do Estado em busca da garantia de segurança no local, as quais não foram respondidas.
Mobilização em Fortaleza
Ciente do grave cenário de insegurança vivenciado nas unidades de saúde em todo o Estado, o Sindicato, junto a outras entidades representativas da área da Saúde, realizou, nos dias 3, 17 e 18 deste mês, paralisações das atividades da atenção básica e atos de protesto em Fortaleza, solicitando o retorno urgente das equipes de segurança aos postos de saúde. Até o momento, mesmo diante de casos recorrentes de violência, a reivindicação não foi atendida pela Prefeitura.
O movimento, liderado pela categoria médica, conta com o apoio de todos os profissionais da saúde representados pelo Sindicato dos Médicos do Ceará, Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (SINDIFORT), Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Ceará (SENECE) e Sindicato dos Odontologistas do Ceará (SINDIODONTO). O primeiro ato de mobilização foi promovido no último dia 03 de setembro, em frente ao Paço Municipal; o segundo ato aconteceu nessa terça-feira (18), na Câmara Municipal de Fortaleza; e o terceiro ocorreu nessa quarta-feira (19), na sede da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Contudo, mais uma vez o Município se manteve inerte, não apresentando nenhuma solução, apenas agendando mais uma reunião para o dia 2 de outubro.
Saúde precisa de segurança
A importante mobilização ganha força à medida que a Prefeitura não apresenta propostas efetivas sobre a pauta de reivindicações da categoria, a despeito das inúmeras tentativas de negociação dos profissionais com a gestão, via atuação do Sindicato, por meio do diálogo propositivo, mobilizações e ações da Campanha Saúde Precisa de Segurança, cujo objetivo é alertar as autoridades e a sociedade sobre a insegurança de pacientes e médicos no exercício da profissão. Inclusive, ciente da gravidade da situação, o Sindicato solicitou, em julho de 2017, à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), a inclusão de unidades de saúde – com recorrentes casos de violência registrados – no Programa “Ceará Pacífico”.
Fonte: Sindicato dos Médicos do Ceará