Médicos e profissionais da Atenção Básica de Fortaleza paralisaram novamente as atividades nos postos de saúde, nesta quarta-feira (19), e promoveram ato de protesto em frente à sede da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A mobilização acontece em virtude da inércia da Prefeitura diante do Ofício n° 083/2018, enviado em 20 de julho, no qual foram dispostas importantes pautas relacionadas, sobretudo, à insegurança nas unidades de saúde, locais de constantes atos de violência contra profissionais e pacientes; e ao reajuste salarial.
O movimento, liderado pela categoria médica, conta com o apoio de todos os profissionais da saúde representados pelo Sindicato dos Médicos do Ceará, Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (SINDIFORT), Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Ceará (SENECE) e Sindicato dos Odontologistas do Ceará (SINDIODONTO). O primeiro ato de mobilização foi promovido no último dia 03 de setembro, em frente ao Paço Municipal; já o segundo ato aconteceu na terça-feira (18), na Câmara Municipal de Fortaleza, contudo, mais uma vez o Município se manteve inerte.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Dr. Edmar Fernandes, afirma que a união das categorias dos profissionais de saúde nas mobilizações tem como objetivo principal questionar a insegurança constante e grave vivenciada, diariamente, nas unidades da atenção primária. “Estamos vivendo uma situação insustentável nos postos de saúde de Fortaleza. Médicos, pacientes e todos os outros profissionais sofrem, todos os dias, com cenários de extrema violência, como sequestro e roubos. As unidades de saúde precisam ser locais seguros que a população possa ser atendida com dignidade”, destaca.
Na oportunidade, o presidente do Sindicato, junto aos representantes das demais categorias, reuniu-se com gestores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no entanto, mais uma vez, a prefeitura não apresentou nenhuma solução para a insegurança, apenas agendou uma nova reunião para o dia 2 de outubro. Para o presidente do Sindicato esse foi um momento improdutivo. “Não gosto de participar de reuniões improdutivas, que não resolvem nada e muito menos delibera alguma ação, que servem apenas para agendar novas reuniões, como foi esse último encontro com os representantes da Prefeitura”, argumentou.
Saúde precisa de segurança
A importante mobilização ganha força à medida que a Prefeitura não apresenta proposta sobre a pauta de reivindicações da categoria, a despeito das inúmeras tentativas de negociação dos profissionais com a gestão, via atuação do Sindicato, por meio do diálogo propositivo, mobilizações e ações da Campanha Saúde Precisa de Segurança, cujo objetivo é alertar as autoridades e a sociedade sobre a insegurança de pacientes e médicos no exercício da profissão. Inclusive, ciente da gravidade da situação, o Sindicato solicitou, em julho de 2017, à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), a inclusão de unidades de saúde – com recorrentes casos de violência registrados – no Programa “Ceará Pacífico”.
Tais paralisações são perfeitamente amparadas em Lei, sendo legítimo exercício do direito reivindicatório classista, para melhores condições de trabalho.