Em 27 de setembro é realizada em todo o Brasil a campanha de conscientização para Doação de Órgãos, lembrada também como o “Setembro Verde”. No primeiro semestre deste ano, 1.286 pessoas morreram no Brasil à espera do transplante, sendo 23 crianças. O país ocupa o segundo lugar do mundo na realização de transplantes, conforme informações do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
Santa Catarina é o Estado que detém a vice-liderança em doação de órgãos no país, com 40,6 doadores por milhão de habitantes, superado apenas pelo Paraná (50,2), quando a média nacional é de 16,6. No estado, 474 pessoas aguardam por um transplante, dessas 322 esperam por um rim.
Neste semestre houve recuperação da uma leve queda registrada anteriormente (2,4%) na taxa de doadores efetivos do primeiro trimestre: 17 doadores pmp (por milhão da população) – ainda um pouco distante, mas com possibilidade de aproximação da meta para o ano de 18 pmp.
Santa Catarina é referência Nacional em Transplantes
O estado de Santa Catarina tem um das menores listas de espera de transplantes do país. Por esse motivo, a Fundação Pró-Rim, instituição referência nacional no tratamento de pacientes renais, tem recebido crescentemente pacientes de todo o Brasil, sendo que destes os estados com o maior número de transplantes realizados estão Paraná, Tocantins, Mato Grosso, Amapá, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais.
“O transplante renal para esses pacientes é mais uma forma de terapêutica, afinal a doença renal crônica não tem cura, mas pode promover a qualidade de vida aos que conseguem o órgão”, explica Dr. Marcos Vieira, nefrologista e presidente da Pró-Rim.
A estimativa é de que existam 13 milhões de pessoas com algum grau de doença renal, sendo que a imensa maioria não sabe que tem problema nos rins e pode levar a necessidade de transplante tardiamente
A Fundação Pró-Rim está entre as instituições que mais realizam transplantes de rim. Já realizou mais de 1.600 transplantes, em parceria com os hospitais locais. Desses, os homens lideram as estatísticas, com 62,5% dos transplantados. A faixa etária que mais predomina entre os receptores de rim é entre 20 e 44 anos.
Conscientização
Apesar de o Brasil ter o maior índice de aprovação do mundo à doação de órgãos e ser considerado referência mundial em transplantes – só fica atrás dos Estados Unidos -, o número de doações efetivos ainda é baixo em relação ao número de pessoas que aguardam em lista.
Isso se dá por causa da recusa das famílias em autorizar a doação. Principalmente, porque a família não fica sabendo do desejo do parente em doar os órgãos e salvar vidas. Segundo dados, a cada dez pessoas abordadas, quatro se negam a doar os órgãos de seus familiares. Este é um dado nacional preocupante para quem espera por uma chance de viver mais e com qualidade de vida
“Por isso é de extrema importância avisar a família ainda em vida o desejo de ser doador de órgãos ”, declara Dr. Marcos, que completa: “Hoje, milhares de vidas dependem da consciência de familiares que perderam entes queridos. É importante ressaltar que para ser doador não precisa deixar nenhum documento expresso. Basta conversar com os familiares, manifestando esse desejo”, enfatiza o médico.