O Hospital Regional Wildy Viana de Brasileia foi inaugurado sem o atendimento de cirurgias e sem as condições mínimas para a prevenção contra incêndios. Os problemas foram detectados depois de uma vistoria realizada pela diretoria do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), no dia 6.
Segundo o presidente do Sindicato, Murilo Batista, a unidade de saúde funciona como um posto de saúde, realizando apenas consultas, exames de sangue e exame de urina simplificado. As irregularidades estão em um relatório que será entregue ao Ministério Público Estadual (MPE).
No levantamento, o hospital não possui extintores mesmo existindo as marcações dos espaços e os cilindros de oxigênio e gás medicinal ficam amontoados no corredor, próximo aos pacientes, podendo causar acidentes graves.
“É um posto de saúde inacabado, uma obra que se utilizou R$ 50 milhões e está sendo subutilizada por causa de interesses políticos e da incompetência de gestores. Isso é prejudicial a população e ao servidor público que atua no local sem as mínimas condições”, criticou o sindicalista.
Murilo Batista ainda apontou a falta de banheiros que ainda se encontram em obras, potencializando a possibilidade de infecções hospitalares resultante da dificuldade em se realizar a higienização necessária.
“Ainda é preciso afirmar que não há repouso para os trabalhadores, um problema sério, que compromete a saúde e o ritmo de trabalho, porque, sem o descanso, o profissional não consegue chegar ao final de 12 horas de plantão com boa disposição para o atendimento”, relatou o presidente do Sindmed-AC.
A relação de outras irregularidades detectadas também será encaminhada para o Conselho Regional de Medicina (CRM).
Há anos, o Sindmed-AC vem apresentando uma série de denúncias que começaram com as irregularidades encontradas no antigo Hospital Regional e que viraram tema de um processo que obrigou o governo do Estado a inaugurar a nova unidade de saúde.
Na época, a Justiça determinou por meio de liminar que os gestores da saúde realizassem investimentos, mas apenas com a decisão final é que o governo do Estado decidiu inaugurar 30% de todo o hospital que continua em obras e sem prazo para ser finalizado.