A situação do Hospital Municipal de Urgências (HMU) de Guarulhos está ruim há mais de um ano e, na última terça-feira (31), depois que médicos e funcionários ameaçaram fechar as portas por causa de atraso no pagamento dos salários e más condições de trabalho, a Prefeitura de Guarulhos e o “Instituto Gerir” – que administra o hospital – fizeram um acordo para manter esses atendimentos.
O instituto alega que os recursos que têm sido repassados estão sendo insuficientes, porque os custos aumentaram. Desde abril, o hospital sofre com a falta de insumos e medicamentos.
Agora, pelo novo acordo, o pagamento dos médicos e funcionários seria feito até sexta-feira (3). Só que isso não ocorreu, e quem procurou atendimento no hospital neste sábado (4) não encontrou nem médico no local.
Na entrada, as cadeiras estão todas vazias e as secretárias informam, no balcão, que o atendimento parou. “Estamos, no momento, estamos sem médico. Só emergência”, diz a atendente.
Várias pessoas saíram do hospital sem atendimento. Um deles era o açougueiro Luiz Felipe Campelo. “Informaram que não há médico, e não há atendimento”, disse ele.
“Falaram que não está atendendo”, falou a vendedora Alexandra de Andrade, que estava com fraqueza e tontura quando procurou o hospital e saiu sem atendimento.
A mãe desta da dona-de-casa Josenil Alves Fernandes está internada no hospital, e disse que nenhum médico foi ao local hoje. “Só tem enfermeiro e pouco enfermeiro também.”
Já a operadora de telemarketing Sônia Andrade chamou a polícia para tirar a filha do hospital. A filha já tinha recebido alta médica depois de uma cirurgia no pescoço, mas o hospital não queria liberá-la.
“Tive que chamar a PM pra conseguir tirar minha filha daqui de dentro, não tem médico, não tem nada, não tem um médico lá dentro”, afirmou.
O hospital informou que “mantém os atendimentos de urgência e emergência funcionando normalmente neste final de semana”.
A Prefeitura confirmou que os repasses ao Instituto Gerir “não foram efetuados nesta sexta-feira, conforme estava previsto, devido ao atraso na assinatura do contrato entre as partes, o que só ocorreu no fim do dia, depois do expediente bancário”.
No entanto, diz a Prefeitura, “já existe dotação orçamentária” e o repasse será realizado na segunda-feira (6).