Diretores dos hospitais da Grande Florianópolis participaram na segunda-feira (27/08), de reunião convocada pelo Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (Simesc). Na pauta do debate, as demandas dos médicos da Secretaria de Estado da Saúde (SES). “Este é um compromisso da nossa gestão: elencarmos as demandas dos médicos e buscarmos em conjunto, melhorar os cenários. É o papel do Sindicato”, destaca o presidente do SIMESC, Cyro Soncini. Representando a Associação Catarinense de Medicina (ACM), participou do encontro o médico João Ghizzo, que avaliou muito importante que as entidades médicas estejam sempre reunidas para ouvir as demandas da categoria.
O debate foi iniciado com a atualização do compromisso do governo do Estado de estabelecer para os médicos o piso nacional do médico (Piso Fenam). “Até onde conseguimos levar o debate era uma coisa possível e eles sabiam de onde tirar os recursos. A conversa se perdeu com a crise econômica, mas precisa ser retomada e nós vamos atrás”, afirmou Leopoldo Alberto Back, vice-presidente do Simesc.
O ponto que tratou sobre a produtividade médica foi o mais amplo e de maior debate. Os médicos ainda têm dúvidas quanto à forma que a produtividade é calculada e porque muitos médicos ainda não recebem a bonificação. “A principal queixa é a ampliação das metas e redução dos ganhos. Vamos avaliar o decreto que trata sobre essa questão para podermos identificar onde podemos negociar e cobrar o cumprimento do decreto que trata sobre o assunto”, explicou Cyro.
Outro ponto de debate foi a questão da contratação dos médicos. Os representantes dos hospitais falaram sobre as terceirizações, os médicos com contratos temporários, a falta de concurso público e o quanto a carência de recursos humanos se faz cada vez mais urgente ser sanada para que possam ser atendidas demandas represadas na saúde. “É entendido por todos que a insegurança quanta à forma de contratação gera transtornos. A porcentagem de médicos terceirizados é desproporcional aos concursados, o que gera diferenças entre médicos principalmente os que estão na mesma função. Os concursados estão se aposentando e não foi realizado mais concurso, os com contratos provisórios trabalham sem a garantia de continuidade das atividades e os terceirizados acabam prejudicados porque, como vimos nos últimos tempos, os repasses não são cumpridos, os salários são atrasados, as atividades são suspensas e o rompimento dos contratos geram desdobramentos que afetam em cheio a prática médica e o bom atendimento ao cidadão”, enfatiza Cyro.
Sobre a hora plantão e sobreaviso médico, os médicos relataram diversos pontos que precisam ser melhorados. “Essas situações precisam ser revistas para que escalas não fiquem descobertas e para que haja garantia de atendimento de qualidade para os pacientes e principalmente, condições dignas de trabalho e remuneração para os médicos, com atenção especial a jornadas extenuantes de trabalho”, disse André Mendes Arent, diretor adjunto de Assuntos Jurídicos do Sindicato.
A residência médica representa grande preocupação para os médicos que participaram da reunião. “É um assunto que nos parece, precisa de um tratamento mais adequado pela SES. São médicos em aperfeiçoamento profissional em áreas de grande importância. A nossa diretoria de apoio ao Pós-Graduando em Medicina está empenhada em contribuir para que consigamos identificar os pontos mais frágeis dessa questão”, comentou o diretor da área, Marcelo Ângelo.
Antes de encerrar a reunião, o secretário Geral do Sindicato, Roman Leon Gieburowski Júnior, que trabalha em hospital público, frisou que as dificuldades são muitas e que o Sindicato, com a união dos representantes de cada setor, tem mais força para alcançar sucesso nas demandas. “Precisamos estar juntos, debater e conversar. A meta é mostrar que temos condições de mostrar o que pode e deve ser melhorado”, encerrou.