O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) pretende questionar o prefeito de Santana do Livramento, Ico Charopen, e a administração da Santa Casa de Misericórdia em relação à aplicação de recursos na casa de saúde e, em especial, ao cronograma de pagamento das remunerações em atraso de 2018 e dos dois anos anteriores. A decisão foi tomada após reunião nesta terça-feira, com a presença de médicos e do diretor do Simers Willian Adami.
O sindicato havia recebido a informação de que a administração teria cumprido um cronograma de pagamentos parciais dos honorários médicos pendentes, apresentado no mês passado pelo administrador, Wainer Machado. No entanto, os médicos relataram que ainda há atrasos relativos aos meses de março, abril e maio, dependendo da especialidade. Além disso, nenhum valor relativo a junho foi depositado.
A entidade médica quer que o prefeito, que é o interventor da Santa Casa, e o administrador, expliquem o destino dos recursos recebidos pela instituição mensalmente e se comprometam com garantias para a sustentabilidade das remunerações e infraestrutura do hospital.
“A situação passa a se tornar insustentável. Temos uma dificuldade grande de receber do gestor uma proposta concreta”, afirmou o diretor do Simers, Willian Adami. Segundo ele, apesar disso, os médicos estão todos comprometidos. Para alguns, a Santa Casa é seu único posto de trabalho. A gestão pede apoio, os colegas estão dispostos: buscam aumentar a produtividade, melhorar os indicadores. Mas a gestão não tem demonstrado que consegue fazer seu papel. Isso é muito preocupante. O médico sozinho não mantém o hospital de pé”, disse.
Adami reforçou que a gestão da Santa Casa não conseguiu se fazer presente na reunião com os médicos, mas o convite será estendido ao prefeito e secretário de saúde. “Chegamos a praticamente 40 dias desde a retomada das conversas e reuniões entre corpo clínico e gestão, sem clareza sobre o futuro”, concluiu.