A equipe de 36 profissionais de saúde que atuará durante uma semana em ações médico-humanitárias em abrigos de acolhimento a venezuelanos chegaram a Boa Vista neste domingo (26). Os voluntários atuarão na capital e em Pacaraima – principal porta de entrada para os refugiados, na fronteira com o país vizinho.
Durante uma semana, de 27 de agosto a 1º de setembro, os profissionais vão oferecer atendimento em especialidades como ginecologia, obstetrícia, pediatria, infectologia e oftalmologia.
O foco será a prevenção de doenças. A ideia da ação minimizar o impacto gerado nos serviços públicos do estado causada pela imigração de venezuelanos.
Eles chegaram às 11h (hora local) na capital. Por volta das 15h30 participaram de uma reunião para definir a divisão dos profissionais nos abrigos. O encontro ocorreu na Universidade Federal de Roraima com representantes de Operação Acolhida, que atende os imigrantes, e da Agência da ONU para Refugiados (Acnur).
O trabalho dos profissionais consistirá em ações educativas preventivas em saúde, realização de consultas, vacinação, além de identificação e tratamento de doenças.
Os atendimentos devem ser focados aos imigrantes que estão em processo de interiorização. O governo federal pretende levar mil venezuelanos de Roraima a outros estados até o início de setembro.
“Inicialmente tínhamos programado uma força-tarefa para cinco abrigos, mas o comandante solicitou que fosse trabalhado também aquelas pessoas que estão no processo de interiorização. Então, a gente vai estender os trabalhos a esses imigrantes que têm uma brevidade maior na interiorização”, explicou Ângela Silva, superintendente do hospital universitário da Universidade Federal de Sergipe.
Além dos 36 profissionais de saúde, o grupo terá o apoio de cinco pessoas no administrativo. Acadêmicos de medicina da UFRR também farão parte da equipe, o que deve dobrar o número de voluntários.
O grupo foi enviado ao estado pelo governo federal. Todos são ligados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao Ministério da Educação, que tem voluntários de todo o país.
Os insumos e materiais a serem utilizados para a ação foram fornecidos pelos hospitais universitários federais da Rede Ebserh e Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. A divisão nos abrigos ocorrerá conforme a necessidade de cada local.
“A ação vai beneficiar também os moradores de Boa Vista, porque vai diminuir o acesso do imigrantes a postos de saúde e dos hospitais”, disse o presidente da Rede Ebserh, Kleber de Melo Morais.
O governo federal diz que, entre 2017 e junho deste ano, quase 128 mil venezuelanos entraram no Brasil pela cidade. Mais da metade deles, porém, já deixou o país: 31,5 mil, voltou para a Venezuela pelo mesmo caminho, e os outros 37,4 mil saíram de avião ou por outras fronteiras terrestres.