O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) realizou uma fiscalização nas unidades básicas de saúde públicas do Estado e identificou problemas na infraestrutura em 125 delas. A entidade observou mais de 50 itens irregulares.
As vistorias aconteceram entre 2014 e 2017. Nacionalmente, os conselhos inspecionaram quase 5 mil ambulatórios, Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e, principalmente, postos de saúde.
Somente na capital pernambucana, o Cremepe aponta problemas em 32 unidades. “Percebemos a precariedade em vários prédios, no Recife e interior. Falta de acessibilidade, ausência de espaços para atendimento adequado e salas compartilhadas são alguns dos pontos”, diz o coordenador da fiscalização do Cremepe, Sílvio Rodrigues. O órgão contabilizou 868 inspeções.
Embora o foco da fiscalização tenha sido a parte física, o Cremepe ouviu queixas quanto à insegurança nas unidades. “Na maioria delas não há guardas. As equipes ficam sem proteção, assim como os pacientes”, enfatiza Sílvio Rodrigues.
Um dos locais visitados foi um posto de saúde na Comunidade de Sítio dos Macacos, no bairro de Guabiraba, Zona Norte do Recife. A fiscalização ocorreu em dezembro do ano passado. Naquele mês, o conselho encontrou salas com infiltrações, com pouca iluminação, sem climatização e consultórios precários.
No posto de saúde ao lado do Parque Santana, no bairro de mesmo nome, na Zona Norte, o Cremepe diz que não há sanitários para deficientes nem salas para farmácia e triagem. A vistoria foi também no fim de 2017. “Poderia ter mais médicos para atender”, sugere a autônoma Márcia Santos, 40 anos.
INVESTIMENTOS
A rede municipal de Saúde do Recife dispõe de cerca de 300 serviços em 250 prédios, dos quais 155 são de atenção básica. Segundo o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, dois terços já passaram por melhorias de 2014 para cá. O investimento soma R$ 211 milhões em obras e aquisição de material.
“É evidente que com tanta capilaridade na rede, ainda há unidades que precisam melhorar. Nosso objetivo é que todas tenham um padrão mínimo de qualidade. Só este ano realizamos obras em 10 unidades”, enfatiza Jailson Correia. Sobre a unidade do Sítio dos Macacos, ele reconhece a necessidade de intervenção, mas informa que houve pequenos reparos no prédio. No posto de Santana, a solução será a Upinha do Poço da Panela, não construída ainda por causa de pendências judiciais.
Fonte: Cremepe