Mesmo com o repasse de recursos da Prefeitura de Cuiabá e do Governo do Estado, os funcionários da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, decidiram manter a paralisação em virtude da falta de pagamento de salários. A greve atinge a instituição desde o dia 30 de julho. Em assembleia, médicos e funcionários decidiram que o atendimento a novos pacientes vão permanecer suspensos.
Ao confirmar o movimento paredista, os sindicalistas revelaram que a forma como Prefeitura de Cuiabá e o Governo do Estado resolveram repassar os R$ 6 milhões atrasados, em duas parcelas, uma na próxima quarta-feira e outra no final de setembro não resolve os problemas dos servidores que estão há três meses com salários atrasados.
Outro pedido na Assembleia para que os trabalhos voltem ao normal seria que o atual presidente da unidade médica, Antônio Preza, renuncie ao cargo, pois funcionários e o Governo não acreditam mais no modelo de gestão.
Atualmente, a Santa Casa conta com 80 servidores e 200 profissionais do corpo clínico.
A assessoria do hospital informou que o governo do Estado pediu a listagem completa da folha de pagamento dos funcionários da Santa Casa, para realizar os pagamentos em atraso. Somente os enfermeiros estão sem salário há cerca de dois meses, enquanto médicos estão sem receber há 4 meses.
A Santa Casa afirma ter débitos e trabalhar com déficit de R$ 700 mil ao mês e que existem repasses por parte da Prefeitura de Cuiabá e do Estado atrasados, mas os gestores negam ter dívidas com o hospital.
O presidente da Santa Casa, Antônio Preza, explicou que, para o pagamento das duas folhas salariais em atraso, são necessários R$ 3,5 milhões. Por isso, um pouco da receita própria, cerca de R$ 800 mil da Santa Casa, deverá ser acrescentado para quitar as folhas em atraso. Preza ainda destacou a sensibilidade do Governo do Estado em atender o Hospital.
“Mais do que a ajuda emergencial, o Estado criou o Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal (FEEF), com parte dos recursos destinada aos filantrópicos, que deverá cobrir o déficit do hospital”, lembra. Aprovado esse ano, o FEEF será uma receita fixa da unidade e irá garantir a partir desse mês e pelos próximos anos mais de R$ 500 mil por mês à Santa Casa.
Esta semana uma nova assembleia irá acontecer para definir sobre o futuro ou não da greve.