Em depoimento feito na tarde de terça-feira (7), Paulo Câmara, um dos donos da OS Vitale Saúde, revelou que houve direcionamento na licitação que escolheu a empresa para administrar o hospital Ouro Verde, em Campinas, enquanto o filho dele, Daniel Câmara, complementou que o acordo foi feito antes do processo de seleção da organização.
Os quatro dos seis réus investigados na Operação Ouro Verde, Ronaldo Pasquarelli, Paulo Câmara e Daniel Câmara, apontados como donos da Organização Social Vitale, e também o diretor Ronaldo Foloni, citaram o Secretário de Assuntos Jurídicos do governo Jonas Donizette, Sílvio Bernardin, nos interrogatórios.
Em dezembro de 2017, um áudio obtido pela justiça flagrou os secretários da prefeitura de Campinas, Wanderley de Almeida e Silvio Bernardin, discutindo formas de pressionar os médicos que atendiam pela OS Vitale no Hospital Ouro Verde a aceitar as condições impostas pela empresa, que atrasou salários, precarizou as relações trabalhistas e permitiu que faltassem insumos básicos na unidade hospitalar que atende a maior região populacional da cidade.
O Sindicato do Médicos de Campinas e Região, que participou e denunciou desde o processo licitatório até as irregularidades que resultaram na intervenção do Ministério Público, defende a imediata instalação de uma CPI da Saúde na Câmara Municipal de Campinas para investigar e responsabilizar o real envolvimento do executivo municipal nesse escárnio todo.