Mais de trezentas mil mamografias deveriam ter sido feitas em 2017 no Pará, mas apenas 10% foram realizadas. O número poderia ser bem maior se as mulheres não encontrassem barreiras como mamógrafos quebrados e demora na liberação dos resultados no SUS. Quem passa pelo tratamento do câncer de mama sabe a importância do diagnóstico precoce.
O Congresso Brasileiro de Mastologia está discutindo essa situação em Belém até este final de semana. Em 2017, dos mais de seis milhões de exames esperados para a região Norte, apenas 7.500 foram feitos. No Pará, 310.962 exames eram esperados, mas só pouco mais de 32 mil mulheres fizeram a mamografia. Isso significa uma cobertura de 10,4%, bem abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial da Saúde.
A mamografia é a forma de descobrir o câncer de mama. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, o Pará é um dos estados brasileiros com a menor taxa na realização deste tipo de exame, porque os mamógrafos quebrados e a falta de profissionais qualificados contribuem para que as mulheres não tenham acesso à mamografia de maneira mais rápida.
“Pra você fazer o diagnóstico, precisa de uma estrutura mínima e basicamente um mamógrafo, aparelho usado para fazer o raio-x da mama”, explica o presidente da Associação Brasileira de Mastologia Antônio Frasson.
A Associação Brasileira de Mastologia recomenda que as mulheres façam o exame a partir dos 40 anos. Se houver casos de câncer de mama na família, devem realizar ainda mais cedo. Graças ao diagnóstico precoce, o tratamento da servidora pública Vera Dantas foi menos agressivo. “Todo ano eu faço mamografias”, diz.
Já a dona de casa Lucivânia Lima se deparou com a demora do Sistema Único de Saúde. “Só a palavra câncer já dá medo. Imagine passar por todo um tratamento e ver que o SUS não dá o suporte que necessitamos. Até conseguir fazer o exame, recebe-lo, demora muito”, diz a mulher que enfrentou o problema dos mamógrafos quebrados e da demora na liberação dos resultados.
Em nota a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) informou que vem realizando mutirões para atender mulheres de vários municípios do estado. Um dos objetivos desse trabalho é reduzir o tempo de espera das pacientes diagnosticadas com câncer de mama que aguardam por cirurgia.
Os mutirões já promoveram mais de 700 cirurgias e 800 atendimentos desde 2013.
Fonte: G1 Pará/Sindmepa