O cenário de superlotação e falta de leitos pediátricos que Campinas vive desde a última semana, decorre principalmente da constante desassistência do governo federal ao Sistema Único de Saúde (SUS) e pelo grave sucateamento da administração municipal aos profissionais, que há anos não contrata médicos pediatras e equipe de enfermagem para os hospitais e centros de saúde da cidade.
O reflexo desse caos recai injustamente sobre os ombros dos médicos, que se deparam diariamente com o desafio de atender os pacientes que necessitam de atendimento e, ao contrário do que esperam, não encontram vagas ou condições mínimas para serem atendidos.
“Nós médicos temos o desafio de dar conta de um problema que vem se agravando há anos pela inércia de nossos governantes. O Sindimed defende a ampliação imediata dos leitos e a realização de concurso público em Campinas para a contratação de pediatras e outros profissionais que estão em falta no município”, declarou o Secretário Geral do Sindicato dos Médicos de Campinas, Tarcísio Rabelo da Silva.
Na avaliação do Conselho Regional de Medicina (Cremesp), para atender uma população com 1,1 milhão de habitantes, Campinas deveria ter 75 leitos de UTI pediátrica, enquanto atualmente conta com 35.
No último dia 17, com o anúncio da suspensão das internações pediátricas pelo Hospital das Clínicas da Unicamp, os demais hospitais da cidade também tiveram complicações nos atendimentos. Na tarde da quarta-feira, dia 25, o HC encerrou a suspensão após oito dias sem novos atendimentos na UTI pediátrica. O Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), também da Unicamp, e a Maternidade de Campinas seguem com os leitos ocupados, sem admitir novos pacientes até o momento.
Fonte: Campinas