A pediatria nasceu em 1722, na Suíça. Brotou da aguçada percepção do médico Theodore Zwinger, professor da Faculdade de Medicina de Basileia. Ele notou que os sinais e sintomas de uma mesma doença que acomete tanto a criança como o adulto são diferentes na forma e no conteúdo. Criança não é, pois, miniatura do adulto, é um ser em formação. O mestre foi bem criativo, inclusive no título da obra que publicou, Paedoiatreia — as doenças na infância. Daí a palavra “Pediatria”.
Surgiu assim um novo domínio de conhecimento médico, que passou a despertar crescente atração vocacional nos jovens que optam pela medicina como profissão. O resultado é visível no Brasil. A despeito do pouco valor que o SUS atribui à saúde da criança e do adolescente, a pediatria ocupa o primeiro lugar no ranking das especialidades médicas. São cerca de 40 mil profissionais. A medicina faz a sua parte, os governos, não.
O Dia do Pediatra é celebrado em 27 de julho. Nessa data, em 1910, foi criada a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Seus objetivos maiores e indissociáveis têm sido a saúde na infância e na adolescência, e a devida valorização do pediatra como especialista diferenciado para cuidar desse grupo etário. Trata-se de uma entidade da sociedade civil que ganha crescente respeitabilidade nas diversas camadas da população, tanto pelas posturas que assume quanto pelas ações que desenvolve. Conta com mais de 22 mil pediatras associados, prova cabal da credibilidade alcançada.
fonte: Dioclécio Campos Júnior (médico, professor emérito da UnB, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria) | Eduardo da Silva Vaz (médico, pediatra, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria)