Prorrogada por duas semanas no início do mês e com fim previsto para a próxima sexta-feira, 15 de junho, a Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe do Ministério da Saúde ainda está longe da meta de imunização estabelecida pelo órgão. Em balanço divulgado nesta quinta-feira, o ministério informou que até agora apenas 75,8% dos integrantes dos públicos-alvo da campanha foram imunizados, num total de 41,2 milhões de pessoas.
Assim, ainda segundo o órgão, falta vacinar 13,1 milhões das 54,4 milhões de pessoas pretendidas, entre idosos a partir de 60 anos, crianças de seis meses a cinco anos, trabalhadores da saúde, professores das redes pública e privada, povos indígenas, gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto), pessoas privadas de liberdade, inclusive adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas, e funcionários do sistema prisional.
De acordo com o balanço do ministério, destes públicos-alvo o com maior cobertura até agora é o das puérperas, com 86,7%, seguido pelos idosos (86,6%), professores (85,4%) e indígenas (81,7%). Entre os trabalhadores de saúde, a cobertura de vacinação ficou em 79,7,6% e entre as gestantes, 62%. Já o grupo com menor índice de imunização é o das crianças, com uma cobertura de apenas 57,5%.
– É preciso que as pessoas consideradas dos grupos prioritários se conscientizem da importância da vacinação e procurem os postos para se protegerem contra a gripe – ressaltou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, em um comunicado.
Segundo o ministério, após o fim da campanha, caso ainda sobrem vacinas nos estados e municípios, a imunização poderá ser ampliada para crianças de cinco a nove anos de idade e adultos de 50 a 59 anos. A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e também é respaldada por estudos epidemiológicos e observacionais do comportamento das infecções respiratórias. No primeiro caso se enquadram, por exemplo, os trabalhadores da saúde, educação e do sistema prisional, assim como a população carcerária. Já no segundo, das pessoas mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias, estão os idosos e crianças.
O último boletim epidemiológico para gripe do Ministério da Saúde aponta que até o último dia 2 de junho foram registrados 2.315 casos de infecção pelo vírus influenza em todo o país este ano, com 374 mortes. Deste total, 1.395 casos e 243 óbitos foram pelo vírus designado H1N1. Já o vírus tipo H3N2 registrou 463 casos e 70 mortes. Por fim, foram 236 registros de influenza B, com 29 óbitos, e os outros 221 de influenza A em que não foram estabelecidos os subtipos, com 32 mortes.
A média de idade das vítimas fatais da gripe este ano foi de 52 anos, com uma taxa de mortalidade de 0,18% para cada 100 mil habitantes do país. Dos 374 indivíduos mortos este ano pelo vírus, 267 (71,4%) apresentaram pelo menos um fator de risco para complicação, com destaque para adultos maiores de 60 anos portadores de cardiopatias, diabetes e pneumopatias, justamente um dos públicos prioritários da campanha e o maior deles, somando cerca de 33 milhões de pessoas.