Após a apresentação dos dados, uma comitiva formada por representantes do
Conselho Federal de Medicina (CFM) e Conselho Regional de Medicina (CRM) foi fazer
uma visita aos dois maiores hospitais de Palmas, o Regional e o Dona Regina. A
presidente do CRM Jussara Martins diz que a entidade realiza fiscalizações frequentes
nos hospitais do Tocantins e que estas visitas têm o objetivo de fiscalizar as condições
de trabalho oferecidas aos profissionais que atuam nas unidades.
Jussara lembra que foi em uma dessas visitas que o CRM identificou que no hospital
de Dianópolis havia apenas uma médica trabalhando para atender casos de
emergência e os pacientes internados. Atualmente há um indicativo de interdição
ética para a unidade hospitalar. “A interdição ética ocorre quando um médico não tem
condições de atuar na unidade com as condições adequadas”, explica.
A médica ainda ressalta que quando a unidade básica falha gera-se uma doença que
precisa de hospitalização. “A tuberculose, por exemplo, deveria ser diagnosticada na
unidade básica, quando isso não acontece o paciente adoece e vai parar no hospital
que não é lugar de fazer diagnóstico de tuberculose. Na unidade terciária não deveria
chegar uma pneumonia simples, por exemplo”, comenta.
Em todos os discursos, os representantes da classe médica apontam a falta de
investimentos no setor como um dos pontos mais graves apurados pelo levantamento
realizado pelo CFM sobre a situação da saúde pública em todo o País.
Concurso
Para o representante do CRM no Conselho Federal de Medicina, o médico Nemésio Tomasella, é preciso investir na realização de concursos públicos para contratação de
médicos nos municípios e a criação de uma carreira de estado para estes
profissionais. “O médico saberia o tempo que teria que trabalhar para chegar até uma
cidade maior. Hoje, não há déficit de médicos, mas há má distribuição”, enfatizou.