Em reunião realizada ontem entre dirigentes do Sindmepa e a presidente da Santa Casa, Rosângela Monteiro, a médica informou que diversas providências estão sendo tomadas para resolver problemas de superlotação no hospital, considerado a maior maternidade pública do Pará. Os atendimentos contabilizados na primeira quinzena de maio na urgência chegaram a 122 atendimentos/dia e 45 internações/dia.
A reunião foi solicitada pelo Sindmepa à instituição após denúncias de médicos constatando a superlotação da Santa Casa, com prejuízo ao atendimento de qualidade e colocando em risco a vida de mães e bebês. Eles relatam a internação inadequada de pacientes – alguns em macas e cadeiras por dias seguidos, inclusive em trabalho de parto –, e a demora no atendimento de urgência, levando pacientes a risco de morte.
No documento, enviado às autoridades do estado, os médicos ressaltam que a Santa Casa absorve grande parte do volume de pacientes de boa parte do estado, sem a devida regulação. “Não raramente chegam casos gravíssimos em transporte inadequado, sem equipe técnica adequada e sem contato prévio”, diz o documento.
Segundo a presidente da Santa Casa, diversas providências já foram tomadas para melhorar o atendimento no hospital, principalmente com relação ao fluxo de atendimento de pacientes. Em documento enviado à Sespa, a presidente da Santa Casa relata os problemas e aponta medidas que a instituição está tomando, mas solicita providências externas para ajudar a resolver os problemas.
Avisa que, apesar da disponibilização de leitos no Hospital Santa Maria e Redentor, “ainda não é suficiente para atender a demanda de recém-nascidos com necessidades de cuidados intensivos e intermediários neo-natais, pois hoje estamos utilizando 20 leitos a mais de nossa capacidade instalada de UCI neonatal convencional a fim de desobstruir salas cirúrgicas dentro do centro obstétrico, sem contar as solicitações de internações para este serviço procedentes de todo o estado”.
Um dos problemas que levaram à superlotação da Santa Casa foi a redução drástica de leitos obstétricos pelo hospital da Ordem Terceira, que antes absorvia parte da demanda da Santa Casa. A Ordem Terceira foi contratualizada pela Sesma em 2018, mas não conseguiu ajustar o contrato para o número real de Autorização de Internação Hospitalar (AIHs).
Entre as medidas propostas pela Santa Casa para minimizar os picos de superlotação já identificados, estão a ampliação do horário de trabalho do núcleo interno de regulação (NIR); utilização de leitos cirúrgicos gerais pela maternidade, totalizando 16 leitos, e a elaboração de escalas para médicos obstetras e pediatras para atender os novos leitos. A presidência da Santa Casa solicita à Sespa “providências para complementarmos ações externas que minimizem o problema atual de superlotação na FSCMP”.
Participaram da audiência com a presidente da Santa Casa os diretores do Sindmepa, João Gouveia, Emanuel Resque e Paulo Bronze.