O Sinsaúde, que representa os funcionários do Hospital Ouro Verde, fez um ato na tarde de ontem em frente à unidade hospitalar em protesto contra a situação dos trabalhadores. O ato ocorre dois dias depois da reunião mediada pelo MTT (Ministério Público do Trabalho) e os sindicatos que representam os funcionários, médicos e enfermeiros. Neste encontro em que a prefeitura aceitou pagar o passivo das rescisões trabalhistas de R$ 36 milhões da unidade hospital, mas informou que será parcelado, o Sinsaúde não aceitou a proposta e deixou a mesa de negociação. Já as entidades sindicais dos médicos e enfermeiros concordaram com as tratativas.
A administração propôs arcar com o montante mensal de R$ 1,5 milhão, dedicado exclusivamente ao pagamento do débito rescisório, no prazo que varia de 18 a 24 meses. “É impossível fazer o pagamento à vista. Vamos resolver um problema que está há 14 anos”, disse o presidente da Rede Mário Gatti, Marcos Pimenta.
Na semana que vem, segundo ele, será entregue um estudo de como serão feitos os desligamentos e substituições dos funcionários do Ouro Verde. “Iremos estimular que as empresas terceirizadas recontratem os atuais trabalhadores”, disse Pimenta. A gestão ficará sob o comando da prefeitura e a operação nas mãos das terceirizadas.
Desde dezembro do ano passado, a prefeitura reassumiu a gestão o Ouro Verde que estava sob a responsabilidade da Organização Social Vitale. A mudança se deu após uma investigação do Ministério Público que desmontou um esquema de desvio de verbas públicas na unidade hospitalar. Dez pessoas estão presas entre elas dois ex-servidores da prefeitura e diretores da Vitale.
Rompimento
Sobre a saída do Sinsaúde da negociação, o secretário de Assuntos Jurídicos, Silvio Bernardin, explicou que só pode pagar o que estiver no acordo. “Se não estiver no TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) não podemos pagar. Para receber, esses trabalhadores terão de ir à Justiça”, explicou ele. Os diretores do Sinsaúde não atenderam às ligações da reportagem do Metro.
Bernardin disse ainda que vai à Justiça para receber a verba referente às verbas rescisórias dos funcionários da Vitale. Dos R$ 36 milhões, parte do passivo é da antiga gestora do hospital, a SPDM.
Fonte e foto: Blog da Rose