Um levantamento divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta que 93% dos municípios brasileiros que fazem fronteira com outros países não tem leitos para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais. No Amapá, as cidades de Laranjal do Jari e Oiapoque não disponibilizam do serviço.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que trabalha para a qualificação de profissionais e estruturas para a instalação da rede de UTI nos hospitais do município, incluindo os leitos, e a contratação de médicos com títulos de intensivistas, que ainda é umas das principais dificuldades, segundo o órgão.
O diagnóstico aponta precariedade no atendimento à saúde em 122 cidades fronteiriças que atingem, além do Amapá, os estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Santa Catarina. Os dados são relativos ao ano de 2018 e foram comparados a números de 2011.
A secretária-adjunta de atenção à saúde da Sesa, Heli Costa, ressalta que a instalação de leitos para a UTI inclui não apenas a cama, mas outros equipamentos como respiradouro, monitor, medidor de pressão, além de uma equipe completa para o atendimento intensivo de urgência.
“Todos os estados, especialmente na região Norte tem essa dificuldade para a instalação dos leitos e UTI. É algo caro porque além do material físico, inclui a mão de obra qualificada e maior dificuldade é a contratação de médicos com títulos de intensivistas, que são poucos no país”, destacou.
Ela completa que as ações feitas em ambos os municípios priorizaram o fortalecimento na rede de saúde em geral, como a contratação de especialistas em ortopedia, manutenção de equipamentos e outros investimentos nas UTI localizadas na capital Macapá e Santana.
“Como o número de incidentes ainda é pequeno com relação à necessidade de UTI, achamos melhor fortalecer o atendimento nos municípios e priorizar os investimentos para as unidades de Macapá e Santana. As especialidades que conseguimos estamos levando para todas as cidades”, reforçou.
Fonte: G1
Foto: Reprodução/Rede Amazônica